sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Para não dizer que eu não falei de flores.

Este ano foi mesmo do avesso. Liberdade foi algo que perdeu o significamento. O enclausuramento se tornou um modo de vida. O tempo passou a ser contado em exercícios de matemática e química; a diversão, em resumos de história e geografia. O shopping virou minha casa, e minha casa virou um dormitório. Não vi o Paul cantar. Foi um ano de sacrifícios e abdicações. E a recompensa?, está mais lá adiante. Quem é futuro bixo, sabe do que estou falando.
Meus queridos que me acompanham no Cinepocket, 2010 foi o ano das escolhas. E daquelas drásticas: sem meio-termo. Não pude acompanhar os blogs das minhas queridas amigas que amo tanto! Não pude nem mesmo atualizar o meu próprio. Precisei trocar os filmes e a internet pelos livros. Estudar foi a palavra do ano, e eu não teria suportado uma semana se não fosse com uma little help from my friends. Quanto a isso, não posso reclamar: neste ano, o destino só colocou pessoas boas no meu caminho. Foram poucas, porém verdadeiras. Nada mais justo do que fechar 2010 agradecendo a todos:
aos meus pais e ao meui rmão: a melhor família que o universo poderia me dar. À Jenny e ao pai dela, pessoas de enorme coração!, mais o Elton e a Ferdi, que me apresentaram a gigante São Paulo. Ao Rafa, pelos chimas feitos na redenção (que este ano foram poucos) e pelos e-mails trocados de amizade. À Lupe que trabalhou bem pra me deixar com um sorriso bonito! À Nati e à Stefania: exemplos de obstinação. À minha querida Bruna, que ficou do meu lado (literalmente) 2010 inteiro! Rimos um bocado, não? Ao Marcus, à Mari, à Maitê e à Nati: amigos que gostaria de ter conhecido melhor! Ao Márcio Estrela "que veio do céu", professor e amigo. Ao Alexei que nunca me negou uma explicação entre uma aula e outra. Ao Edir e sua admirável fé nas pessoas. Ao segunrança do shopping que nunca falhou com o seu "bom dia, amiga". Tem também aqueles que, por causa da minha rotina maluca, nem pude ver direito (alguns nem vi), mas que a amizade continuou a mesma: a Sara, minha amiga borboleta; o Charles, meu amigo-irmão que eu morro de saudade; a Carina, minha dinda amada; ao Arthur, que faz anos que não o vejo, talvez por culpa minha, e como me arrependo; a Karol e suas festas de última hora, a Karyne, a Camila e a Thássia, minhas amigas flores que eu sempre guardarei na memória! A TODOS VOCÊS, MUITO OBRIGADA! Obrigada por terem ajudado a passar bem esse ano difícil. E se hoje sou o que sou, devo isso a vocês.
A todos os meus amigos, feliz Ano Novo! Que 2011 se inicie a realização de todos os nossos sonhos! E para os bixos, o nosso ano novo começa só depois do dia 12: vamos brindar com a faixa!!!
E feliz Ano Novo pra você também!

domingo, 8 de agosto de 2010

Você é o que você usa.





Depois de uma semana de trabalho árduo, porém muito compensador, aqui estão elas: minhas filhotas novas! Essas são as novas criações de ecobags feitas com tecido 100% algodão e todinhas pintadas a mão! O valor de cada uma é 20 reais, e o e-mail (ou msn) de contato é o mesmo: vanesselumiere@gmail.com É claro que se você quiser uma estampa em outro modelo ou em outra cor, fique a vontade de montar a sua própria cine-eco.
Pessoal, peço desculpa pelo transtorno em estar fazendo os pedidos por e-mail ou msn; pois a fábrica ainda é baby. A idéia é fazer logo, espero, uma lojinha on-line, onde poderá se comprar direto pelo blog.
Espero que tenham gostado das novas invenções e aceito sugestões para novas estampas. Fiquem à vontade.
P.S. E já tem uma bolsa do Carlitos quentinha saindo do forno...aguardem...


sábado, 24 de julho de 2010

Para quem acredita em milagres. E para quem não acredita também.

Um dos pequenos filmes mais bem comentado de vários festivais de cinema do ano passado, El Baño Del Papa, já inicia com uma frase de advertência: "uma história real, que só poderia ter ocorrido por uma baita falta de sorte". É a maior prova que de bem-intencionados o inferno está cheio; ainda que seja o papa...
O Banheiro do Papa é a tragicomédia, muito mais tragi do que qualquer outra coisa, que nos leva a cidade de Melo, no Uruguai, no ano de 1988, com a chegada de João Paulo II. Beto, a nossa personagem central, é um pequeno contrabandista, que parte todos os dias com sua bicicleta e mais alguns companheiros para cruzar as fronteiras e buscar os pedidos dos "clientes", donos das vendinhas. A vinda do papa à cidadezinha causa um rebuliço em todos, que acreditam que irão receber mais de 40 mil brasileiros. Movidos pela fé e pela necessidade de obter algum lucro da situação, a população prepara-se para receber os supostos visitantes vizinhos; decidem, então, fazer o máximo que podem de comida para vender-lhes. Menos Beto. Ora, se todos esses brasileiros comerem aquele mundo de comida, uma hora terão de pô-la para fora e abrir espaço para mais comida. Bem, esta foi a idéia do Beto: construir um banheiro. Adoro essas pequenas hitórias reais, com um toque de ficção, e com um título inusitado! O Banheiro do papa fala mais do um banheiro: fala sobre um fato na história esquecido, ou talvez que nunca tenha sido lembrado, discutindo (e desafiando) fé, capitalismo, esperança, injustiça social. E o melhor: um fato verdadeiro. Aliás, perdoem-me: o pior; melhor mesmo, seria se a história não fosse real. E nem precisou ir muito longe; aconteceu logo ali, na fronteira.
Além dos atores que fazem o Beto, sua esposa e filha, que são profissionais, ainda existem alguns atores "de mentirinha": pessoas comuns que viveram na época do ocorrido. Mas olha, sinceridade, eu nem percebi...eu vi foi nos créditos (sim, eu sou daquelas pessoas que vêem as entrevistas de crédito dos filmes). Além disso, algumas das cenas, que tentam mostrar o drama das personagens de forma direta e crua, beiram um pouco à tosquice, dando um toque de documentário à filmagem. O que para uns era jutamente o toque simples e perfeito, para outros, pareceu amadorismo mal acabado: uma questão de gosto.
Acredito que não preciso dizer que construir o banheiro não foi algo fácil. Beto praticamente vendeu a alma para conseguir dinheiro e se indispôs com sua família. E ainda no último dia, faltava um mero detalhe: o vaso sanitário. Só que o nosso protagonista, ainda que uruguaio, não desiste nunca e vai buscar o vaso com a sua bicicleta no último minuto. E no caminho de volta, ele precisa deixar sua companheira de duas rodas e voltar a pé...sem problemas! O nosso obstinado amigo, com seu rústico otimismo, passa a carregar o vaso nas costas mesmo. E o papa finalmente aparece. Mulher e filha esperam ansiosas: um olho na transmisão papal e o outro no banheiro inacabado. E eu, quase falando com a TV: "corre, Beto, pelo amor de Deus! Leva logo essa maldita patente!" E sim, ele consegue! Viva! A não ser um pequeno engano: dos 40 mil visitantes esperados, vieram uns significativos zeros a menos, não chegando a mil pessoas. E assim como o papa veio, ele foi embora, decepcionando os que tinham fé e revoltando os que não a tinham. Montanhas de comida, pão, lingüiça, pastel, todos intocados. E, ao lado, pessoas com um sorriso de Mona Lisa, sem saber ao certo se riem ou se choram, endividadas até a próxima vida, sem querer acreditar naquilo que não aconteceu. E o banheiro pronto, é claro. Uma das cenas mais tristes que eu já vi na vida, sem exagero. Tanto, que devo ter ficado uma ou duas horas pensando, deitada, sem conseguir dormir e, ao mesmo tempo, sem saber direito o que pensar, lembrando daqueles olhares desolados.
O Banheiro do Papa pode não ser o filme mais encatador do mundo, o que de fato não o é. Mas vale muitíssimo a pena vê-lo e perder alguns instantes de sono com a pequena cidade de Melo: esquecida por Deus e lembrada, muito infelizmente, pelo Vaticano.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Eu quero uma!

Meus queridos blogueiros, como vocês já sabem, obviamente, sou uma grande fã de cinema. Talvez o que vocês não saibam, é que também apóio todas as iniciativas inteligentes ligadas a preservação da nossa casa, o planeta Terra. Uma dessas iniciativas, bastante emergente, é a idéia da ecobag, que visa a diminuiçao do uso do saco plástico. Eu, particularmente, acho um máximo! Sou super fã das ecobags, e levo sempre uma comigo em qualquer lugar. O único problema das que encontramos por aí, talvez, seja a falta de originalidade das estampas. Como eu acho que tudo que a gente usa diz um pouquinho a respeito de nós mesmos, resolvi criar uma linha de bolsas ecologicamente corretas com muito estilo! Para início, comecei fazendo o que eu gosto como...cinema! A produção ainda está pequena, filhotinha, mas vai crescer com certeza. Além das ecobags tradicionais, feitas com material 100% ecológico, existem as bolsas com 90% de material ecológico e pintadas a mão com muito carinho! Aí vão as fotos das primeiras que eu fiz. Espero que gostem e aprovem! Mais informações sobre modelos e preços é só me add no msn: vanesselumiere@gmail.com ou mandar um e-mail para o mesmo endereço. Entrega para todo o país.
Cuide do mundo você também. E com muito estilo!




segunda-feira, 7 de junho de 2010

E lá se foi a Alice...

e eu não pude ver!... Sim, é verdade, o primeiro filme do ano que eu realmente gostaria de ter ido ao cinema ver, já não está mais em cartaz. Ou melhor, está; porém em suas versões 3D ou dublada. Bem, depois da decepção de Avatar, só vejo outro filme 3D quando o ingresso custar menos de 20 reais e eu puder levar os óculos para casa. Medo de pegar uma conjuntivite... E dublado...caramba! Quem teve a infeliz idéia de passar cópias dubladas para o cinema? Primeiro, o filme é para pessoas acima de 10 anos, que já estão alfabetizadas, logo podem ler as legendas. Segundo: quem não souber ler com essa idade, perdoem-me a crueldade, via de regra, não vai ao cinema. Terceiro: se é para pagar 15 reais, eu quero a voz verdadeira do Johnny Depp! Senão, a coisa toda vira Sessão da Tarde. Agora é sentar e esperar até que saia em DVD...

P.S. Estou confeccionando uma novidade que será postada até o fim da semana. Aguardem!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

E sempre haverá o cinema...

Existem situações ridículas e constrangedoras pelas quais passa um funcionário de uma empresa qualquer, que nós, enquanto consumidores, desconhecemos; no mínimo, ignoramos. Mas para saber mesmo, só estando na pele de um deles...
Há um tempo, eu fui a uma peça de teatro, que tinha por objetivo apresentar sugestões para aperfeiçoar o etendimento nas empresas a partir de situações cotidianas (pelas quais passam um estabelecimento, é claro). Sabe aquela intuição que nos avisa quando não devemos fazer algo? Mas como naquele dia eu não estava com vontade de trabalhar, fui. Se tem coisa pior do que ter a sua inteligência questionada e humilhada, por favor, Senhor, não me deixe nunca descobrir o que é! Nunca ouvi tanta bobagem sendo dita em tão pouco tempo. Nada contra os atores, que estavam apenas cumprindo o seu papel. Nada contra, também, os vivaldinos que tiveram a brilhante idéia de bolar tal "espetáculo", já que é um ótimo pão e circo desse modo de produção desgastado. E tudo contra a quem teve a audácia de achar qualquer ato engraçado e, pior ainda, proveitoso de alguma forma. E a coisa toda ainda tinha história: uma empresa falida reconquistando seus funcionários. Com a ajuda de um spray mágico, era oferecido o melhor produto e o menor preço. Ironia: a peça começou com 10min de atraso. E ainda se acham no direito de dizer como melhorar um atendimento. Mas tudo bem. Pior do quem humilhar a inteligência de alguém é esse alguém acatar a humilhação. Rindo. Ainda se as piadas fossem engraçadas...era um humor tão tosco, que só faltou o assistente de palco erguer a plaquinha "piada" cada vez que alguém, supostamente, fizesse uma. Ora, eu atendo na recepção. Não posso supervalorizar o meu produto, senão seria propaganda enganosa. Também não depende só de mim melhorá-lo e, muito menos, reajustar os preços. Então o que eu estava fazendo lá? Simples: o meu chefe, para descarregar um pouco da culpa, me manda ir lá para eu pensar que a culpa é inteiramente minha e aliviar a culpa de cima dele; logo, há uma transferência de culpas. E um baita peso na consciência! Não sei como ele dorme a noite. Mas aposto que bem melhor do que eu!
Bom, gente...mas não era bem isso o que eu queria falar. E também não era algo totalmente fora do contexto, porém acabei me excedendo. E descarregando um pouco da raiva. Mas deu, já passou! O que queria mesmo dizer é que no início do teatro, eles passaram um curta do André Rolim, "O Troco". Ainda não conhecia e achei genial! A maior prova de que pode se fazer milagre com uma produção de baixo orçamento. Basta ter uma idéia e a vontade para executá-la. O Troco fala sobre uma situação comum que a gente adora: ser atendido por um robô do telemarketing! Segue o link para assistir ao vídeo, que vale muito a pena.
o troco
Em meio a toda a minha revolta e frustração, só mesmo o cinema para me trazer um pouco de alegria.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Voltei!

Ahá! Para os injustos que andam falando que eu abandonei os princípios "cinemáticos" deste blog, que eu agora só quero saber de viajar, de gozar a vida, contar vantagens...bem, querer eu bem que queria... Anyway, o que estava tentando dizer, é que em meados de março precisei eleger algumas prioridades e, mais do que infelizmente, acabei me afastando do blog (de novo). E quando voltei aqui para atualizar a casa, me dei conta de que os últimos textos eram sobre a minha viagem, para não dizer quase toda a página. Tudo porque a pessoa aqui não consegue conter as emoções e leva dois meses para narrar 5 dias. Passada a euforia da minha aventura vamos de volta ao trabalho!
O fato de eu não ter postado nada recentemete no blog, não implica que eu não tenha escrito absolutamente nada referente a cinema. Isto porque uma das minha redações que precisei escrever neste início de abril era justamente sobre o que? Cinema. E brasileiro ainda por cima. A tarefa consistia em escolher um ou mais personagens do cinema brasileiro e fazer uma análise da nossa sociedade. Coisa bem chata que é tema de redação! Poxa, se é chata! Certamente os caras que sugerem os temas para as redações não têm vida. Nem amigos. Só que esse não era o momento de fazer revoluções contra os corretores de redações; ou escrevia ou não escrevia. Escrevi. E confesso que senti um prazer contido em desenvolver esse tema em particular, pois, além de ser sobre algo que eu gosto (e arrisco dizer que entendo um pouco), fazia tempo que eu não refletia nada sobre o assunto e muito menos escrevia. Acho que o cinema sentiu saudade de mim, tanto quanto eu dele, que acabou arranjando um jeitinho de me encontrar e de me chamar de volta. Bem, provavelmente foi só coincidência mesmo. Mas é que essa frase ficou tão poética na minha cabeça...
Outra coisa que me deixou pensativa a respeito do tema foi a exigência de um personagem do cinema nacional. Pessoas, sejam sinceras: a quantos filmes nacionais vocês assistiram no último ano? Pois é. Cinema americano, ou europeu, conseguimos ver uns 10, um pouco menos, filmes por mês. Já filme brasileiro, a gente vê uns 10 por vida! Eu mesma vi poucos. E confesso mais: não sou grande fã do nosso cinema. E quando eu falo em cinema, falo da indústria que comercializa os filmes; existem muitos talentos que acabam não sendo aproveitados. Não posso negar que o cinema brasileiro evoluiu muito em termos de produção e de tecnologia nos últimos anos, mas ainda falta um pouco para termos uma boa produção de conteúdo em grande quantidade. E cabeça boa não falta! É incrível o que pessoas com criatividade podem fazer com pouca verba. O documentário "Nós que aqui estamos, por vós esperamos", citado em algum post anterior, é um exemplo perfeito. Eu torço e faço campanha para que um dia esses talentos tilintem na boca do povo. Só é preciso uma câmera na mão, uma idéia na cabeça e um pouquinho de divulgação. E uma boa vontade de quem assiste, é claro.
Mas voltando a redação, antes que eu monte uma tribuna e comece a discursar em prol dos cineastas brasileiros, acabei escolhendo as personagens Jão Grilo, de o Auto da Compadecida (que todo mundo viu no colégio), e André, de O Homem Que Copiava (já falei por aqui que o Jorge é o meu queridinho, né?). Admito que o reflexão ficou um pouco trivial; contudo o corretor pareceu ter gostado, pois me deu uma boa nota pelo desenvolvimento. Em comemoração ao bom resultado, e a minha re-volta ao blog, estou publicando o texto aqui. Espero que gostem!

Ao contrário do cinema americano, que apresenta figuras heróicas e imaginárias, a sétima arte brasileira é rica em personagens que se assemelham à nossa realidade. Exemplos claros disso são João Grilo e André, de O Auto da Compadecida e de O Homem que copiava, respectivamente. Ambos representam a vontade de mudar vida e a esperteza presentes em um brasileiro.
João Grilo é um nordestino que vive na miséria de um árido sertão; porém sabe muito bem como driblar os percalços da vida. Oportunista, João tira vantagem de qualquer situação em nome do benefício próprio, mesmo que, para isso, precise lançar mão de pequenas mentiras e logros, burlando algumas questões morais. A sagacidade é seu maior instrumento, que ilustrao famoso jeitinho brasileiro.
Um pouco mais próximo de nós, gaúchos, está André, um jovem imaginativo operador de uma fotocopiadora, que não ganha mais do que um salário mínimo. Na tentativa de obter dinheiro para melhorar seu padrõ de vida, André caminha entre o certo e o errado. Em um primeiro momento, passa a falsificar cédulas, mas logo se arrepende. No entanto, como João Grilo, ou qualquer outro brasileiro, ele persevera na luta para escapar da pobreza e para ser feliz. Ele é o brasileiro que não desiste nunca.
Apesar de viverem em cenários contrastantes, o protagonista sertanejo e o porto-alegrense tem muito em comum. Ambos possuem o desejo incondicional que o brasileiro tem de melhorar sua vida e utilizam a astúcia para alcançar tal objetivo. Não desistem e até violam alguns bons costumes. Qualquer semelhança com as personagens do nosso cotidiano mão é mera coincidência.

Ufa! Espero, assim, ser bem-vinda de volta ao blog!

domingo, 14 de março de 2010

Ao fim de quatro dias.

Buenas, pessoal...juro que é o último post sobre a minha viagem. Enquanto escrevia esse último texto, pensei que seria melhor criar um outro blog com relatos extracurrículares, ou seja, tudo aquilo que não se originou de alguma experiência cinematográfica. Só que eu mal tenho tempo de cuidar de um blog, o que dirá de dois. Talvez um dia eu realmente faça outro só com as minhas abobrices e afins, e mantenha este daqui com o seu conceito original. Mas até lá, vai ficar tudo "xunto e rreunido" mesmo. Vocês entendem, né?
No meu último dia pela cida de São Paulo, meu corpo sentia duas sensações muito distintas. Uma de felicidade por ter conhecido muita gente bacana, por logo poder rever mnha família, por estar ali enfim. E outra de tristeza, de despedida. Estava com saudade de casa, mas não tanto a ponto de já querer ir embora. Neste dia, pensei que pudesse chorar em algum momento. Mas não chorei.
Era terça-feira, e a entrada do MASP era "de grátis". Lindo o museu, adorei. Mas o fato do museu ser bonito não implica que as obras expostas também sejam...ao menos não todas. Como por exemplo do quadro intitulado O Retratato de Suzanne Bloch, de Picasso. Lembra? Aquele quadro que foi roubado e escondido na favela? Que os pobres ignorantes não pagavam um pila pela "obra"? Pois é...eu também não pagaria! Gente, o quadro é realmente muito feio! Tanto, que chega a provocar graça. E bem no momento em que ria do retrato da Suzanne, dei de cara com um ex-professor de literatura do colégio. Para quem não sabe, o meu ex-professor de literatura é a personificação do demônio. Ele não olha para o chão e tem o umbigo maior ele mesmo. Humildade, ali, passou longe. Em uma cidade tão grande, com tantas milhares de pessoas, eu não encontrei nenhum conhecido que mora lá. Mas fui encontrar essa praga, que podia muito bem encontrar por aqui. Coincidências. Vá entendê-las...
Saímos do MASP e fomos para o centro subir no prédio do Banespa, que é um mini Empire State Building. É nesse momento que a gente percebe o tamanho de SP. Por qualquer direção em que se olha, prédios. Não existe fim. Pelo menos, eu não enxerguei. E não tem muito o que dizer sobre a vista do terraço, a não ser um silencioso uau.
Depois de passar pelo Viaduto do Chá, pela prefeitura, pelo teatro municipal, pela galeria do rock e de tomar uma limonada suíça, resolvemos voltar à Paulista para comprar alguns presentes na Sampa in Stampa (momento merchan) e para dar um último tchau. O céu já estava preto, o cheiro de chuva pairava no ar. E ao descer do metrô, aquela tromba d'água! Comprei uma capa de chuva para ir do metrô até o shopping. Não sei qual o nome do shopping porque, para mim, eles eram todos iguais. Mas tudo bem, porque eu estava mesmo era louca de faceira com a minha capa nova!, que surpreendentemente, funciona bem até. Comi um sanduíche no Subway, comprei meus presentinhos (curtindo últimos momentos de Sampa) e me fui embora para a casa da Ferdi comer pizza e ver um filme (curtindo últimos momentos em São Bernardo). Fiz a mala, dormi, acordei, tomei banho, comi e me despedi do pai da Jenny, do qual eu não mencionei até agora. Pessoa essa muito simples, que soube criar bem essa menina, que me recebeu de braços abertos, mesmo eu sendo estranha, e que tem um coração enorme. Serei sempre muito grata a tudo.
Enfim, pegamos e ônibus. Mas não mais para ir para Sampa, e sim, para Guarulhos. Ou melhor, fomos até Sampa pegar o metrô, e aí outro e mais outro, então pegamos ou ônibus para ir para Guarulhos...saudade do Elton para carregar minha mala! Fui me despedindo do mate gelado, do Ibirapuera, das feiras de domingo, do açaí na tigela... Estava me sentindo num flashback gigante. Ao chegar no gigaeroporto de Gaurulhos, momento desespero: o ônibus não entrava nunca no maldito aeroporto! Não chegava nunca à entrada. E depois, não chegava nunca ao guichê da Ocean... Mas já com tudo resolvido, passagem de volta na mão, à entrada do portão de embarque, hora da despedida final. E junto ao abraço, veio uma lágrima. E depois outra. E mais outra. E outra. Até chegar a um ponto que eu já não conseguia mais falar. Mas acho que o choro acabou falando por mim. Foi algo espontâneo, de tristeza, de emoção, de alegria, de saudade, de agradecimento, de tudo um pouco. E não conseguia parar! Acho que o cara que passa a mala no raio-x ficou até com uma peninha de mim; estava quase me oferecendo um lenço.
E para voltar, o esquema inverso: pegar um ônibus para ir até o avião, etc, etc... E a viagem de volta não foi assim tão tranqüila, pois cada vez que o avião entrava numa nuvem, ele se saudia todo e parecia que estava caindo. Eu realmente estava começando a odiar as nuvens depois desses 5 dias! E para piorar, estava com cara de choro. Mas então eu olhava para as comissárias: se elas etavam bem, então eu também estava.
Já na terra firme do Salgado Filho, matei a saudade da família! E parecia que minha alma tinha ficado perdia nos metrôs de SP. Ou era apenas uma alucinação devido ao calor. Para quem não sabe, eu cheguei naquela quarta-feira maldita, em que Porto Alegre virou notícia no mundo todo por ser o lugar mais insuportável de se estar. Com tantos outros bons motivos para ser notícia...
Engraçado a maneira como as coisas acontecem: tentei viajar inúmeras vezes e nunca dava certo. Até que um dia deu. No dia em que a Jenny ficou sabendo que iria viajar em um mês para a Holanda, onde vai trabalhar como au pair durante um ano. O que foi uma apresentação para mim, acabou sendo uma despedida para ela. A vida apronta cada uma, e a gente, que é burrão, nunca entende o porquê. Só sei, é que foram 4 dias muito felizes! E encontrar uma pessoa como esta, no meio de tantas outras imprestáveis que nos tomam tempo, mesmo que só uma, faz a gente retomar a esperança que se tem na humanidade inteira. Além de ser um privilégio.


MASP




Oh a Catedral da Sé ali!


Duas pessoas maravilhosas! Amei conhecer vocês! Ah, minha regata verde...e a sapatilha vermelha, é claro!


Conselho para viagens longas: não sentem na turbina.

P.S. prometo que o próximo post vai ser de cinema. É que às vezes a vida da gente parece ser tão mais emocionante...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Como será que Einstein fugiria da chuva?

Depois de um domingo cheio de atividades bacanas, a segunda foi um dia bem curto. Na verdade foi um dia com uma duração normal, de 24h, como todos os outros na vida da gente. Acho que é essa coisa de teoria da relatividade do Einstein, sabe? Assim como a sinaleira que tem o maior tempo com o sinal fechado é aquela em que você está parado, 3min ouvindo axé parecem 5 anos, alguns dias parecem mais longos que outros. Foi um dia curto, mas não menos divertido. Almoçamos em casa e fomos a Sampa ver um filme no cinema. Mas enquanto esperávamos o horário da sessão, nós fomos a uma "banca-lanchonete" que fica bem pertinho da Paulista. Um lugar muito legal mesmo, parece um mezanino, onde se vende frutas e tudo (ou quase tudo) o que se pode fazer com elas. Comi um açaí na tigela com morango e granola. Foi o primeiro açaí que eu gostei de fato: barato, bem grande e bem bom! Adoro coisas assim! Sem falar que adorei o lugar. Amo esses refúgios tranqüilos próximos a ruas movimentadas. Paz e serenidade, porém sem fugir da civilização.
Depois desse sorvete saudável, fomos nos encontrar com a amiga da Jenny, a Ferdi, e o Ricardo. Ao menos eu acho que era assim o nome dele... Juro que não é nada pessoal! Eu apenas tenho problemas com nomes. Então, para não errar, vou chamá-lo de namorado da Ferdi. Íamos ao cine Bom Bril. Sim, aquela esponja de aço. Vimos Onde Vivem os Monstros. Não vou dizer que não gostei, só não vou dizer que gostei.
Sugestão às pessoas que fazem os programas para os caixas eletrôncos do Itaú: se o caixa não tem dinheiro, deveria aparecer a mensagem este caixa não possui saldo, em vez de sua conta não possui saldo! Caramba, isso pode matar alguém do coração ainda... Graças a Deus em SP se chuta uma árvore e caem 10 Itaús na cabeça do vivente. Só atravessei a rua, fui a outro caixa, e problema resolvido. Mas, que puxa, que susto!
Quando saímos do cine, fomos ao bairro Liberdade, dos japoneses. Poderíamos chegar em alguns minutos de metrô, mas a idéia era eu conhecer um pouco da cidade, então fomos de ônibus. O céu estava preto de nuvens. Tive sorte no primeiro dia, no segundo também. Mas no terceiro não teve jeito: veio aquela tromba d'água! Estávamos dentro do ônibus quando começou a chuva. E eu sempre com o meu pensamento otimista, imaginando que a chuva iria parar quando chegássemos na nossa parada. Só que a água começou a entrar no ônibus. Já tinha uma poça sob os nossos pés. Momento socorro, quero sair desse ônibus. O jeito era se entreter com o notíciário que estava passando na televisão do ônibus. Vocês sabiam que o formato de corpo mais saúdavel para homens e mulheres são o de maça e o de pêra respectivamente? Pois é. Andando de ônibus, pisoteando na água e aprendendo. Já chegávamos no Liberdade, e a chuva continuava firme e fore. É. Não tinha jeito. Ou melhor, só tinha um jeito: se molhar. Saltamos da parada e fomos correndo para uma marquise. Mas chovia tão forte, que ficar embaixo da marquise, usar um guarda-chuva ou caminhar normalmente na rua não fazia diferença. Contudo, para um efeito psicológico mais agradável, resolvemos sair correndo, parando de marquise em marquise, até chegar na rua principal do bairro. E de novo a teoria da relatividade se encaixa. Correr na chuva gritando e dando risada com amigos por meia hora parece 5min. Além de ser muito mais divertido!
E a imagem que eu fazia do bairro Liberdade só existia na minha cabeça mesmo. Achei um pouco sujinho, cheio de sacos de lixo espalhados e um cheiro meio desagradável. Mas tudo bem. A idéia era achar um restaurante e jantar. Entramos em um, que eu já não lembro o nome, um mais molhado que o outro. Minha amiga pediu uma yakisoba, e eu um nugui udon, ugi udon, nagui udon...ah, não lembro nem o nome de pessoas, o que dirá de pratos japoneses. A Ferdi e o (suposto)Ricardo não pediram nada. Odeio quando fazem isso; me sinto tão gorda...
Sugestão às pessoas que descrevem as comidas nos cardápios japoneses: se o prato leva carne, por favor escreva! Os vegetarianos merecem saber. Que puxa...eu li queijo de soja, ovo e nada de carne. E me vem uma sopa com um bife boiando! Quando comentei com a garçonete, ela pediu desculpa e se ofereceu para retirar a carne. Eu aceitei a gentileza. Momento tomara que ela não cuspa na minha sopa.
Já sem a carne, o meu sei lá eu o que udon estava muito gostoso! Era uma espécie de sopa com uma massa bem grossinha (tipo lombriga), com cebolinha, ovo, tofu e algumas saladas. Bem bom mesmo! Pena a Jenny não poder ter dito o mesmo do yakisoba. Além da briga para comer com palitinhos, o molho não estava muito bom. Uma informação importante: aji-no-moto apenas ralça o sabor dos alimentos. Não os deixa melhor. Então, se o yakisoba já estava ruim, entupir de aji-no-moto só fez piorar o gosto. Mas valeu a pena pelas risadas que demos!
Já era noite, fomos para casa. Chegamos tarde. Estávamos mais que cansadas. Falei com minha família por telefone para matar um pouquinho a saudade, relatei minha super aventura, tomei banho e fui me deitar. E aprendi que correr da chuva é algo muito relativo: você pode apenas fugir e se proteger dela, ou, então, se divertir como nunca enquanto toma o melhor banho da sua vida.




Adoro essa foto! Eu e meu frapuccino no Starbucks. Acho que foi a cidade que me deixou mais bonita.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um domingo desses qualquer eu volto.

Domingo, dia 31 de janeiro de 2010.
Recapitulando o dia anterior: eu me levantei às 4h da madrugada, fui para o aeoporto ainda de noite, passei o dia andando de metrô e passeando pelo centro de São Paulo com uma mala rosa de 4k e fui para São Bernardo à tardinha de ônibus. Estava um bocado exausta... Mas sempre com um sorriso no rosto. Ah, e naquele sábado, não choveu em Sampa! Ao menos não onde eu andei. Fiquei feliz em "trazer" às pessoas um sorriso de alívio depois de tantos dias chuvosos. Acho que eu dou sorte.
Bem, depois de uma boa noite de sono, fomos no meio da manhã para SP. Fomos de metrô até a Paulista e descemos a Brigadeiro para ir ao nosso primeiro destino do dia: o Ibirapuera. Logo na entrada do parque está o Monumento às Bandeiras, uma escultura gigante, planejada pelo Victor Brecheret, representando os bandeirantes. O Victor esculpiu uma galera puxando um barco. Ou fingindo que está puxando, sei lá. Mas é uma obra bem bonita, realmente. Só não tirei nenhuma foto porque ela estava coberta de gente. Sim, isso mesmo...as pessoas gostam de "trepar" o monumento. A maioria delas nem deve saber direito de quem é a obra, nem o que ela quer dizer, mas poxa, é tão divertido subir em cima dela! Então, pensei que fosse ficar uma coisa meio bagaceira e não tirei foto. Ai, ai...pessoas. O que fazer com elas? Mesmo assim, o lugar é lindo! É no Ibirapura também que fica o planetário, o museu de arte moderna, vários pavilhões, um auditório, o Obelisco de SP, lagos...ou seja, o negócio é imenso. E como eu tinha pouco tempo, todos os meus passeios eram relâmpagos. Não deu para ver tudo. Até porque, devido as chuvas, o chão estava um lamaçal, quase um mangue. Não tinha como caminhar confortavelmente. Mas deu tempo de ir visitar a exposição de cultura afro. Muito tri! O museu trazia de tudo um pouco: desde máscaras de antigas tribos africanas, passando por roupas de candomblé até camisetas e bonequinhos do Obama. Mas muito tri mesmo! E o lago (um dos)? Muito lindo! (dispensa dizer que o lago é grande...) Com cisnes! Quer dizer, eu acho que são cisnes; não entendo de aves, porém como achei aquelas bem parecidas com os pedalinhos que temos aqui na Redenção, supus que eram cisnes. Além das aves, o lago também contém peixes. Muuuitos peixes! E eles são tri malandros: ficam todos agrupados embaixo da ponte esperando as migalhas que as pessoas jogam. Senti um pingo no meu nariz, e quando olhamos para cima, vimos formar algumas nuvens bem pretas no céu. Como estávamos no meio barro, decidimos voltar para a Paulista antes que viesse uma chuva forte. Mas qualquer findi desses eu vou lá estender uma canga e tomar um chimarrão.
A Paulista é uma avenida não muito longa, porém bem larga. Formada somente por prédio altos, muito altos e altíssimos. Aqui em Porto também existem prédios altos assim, mas não um do ladinho do outro. Dica: se você sofre de vertigem, não ande pela Paulista. Sem falar nas dezenas de antenas, carinhosamente apelidadas de torres eiffel. Fiquei muito impressionada com a Paulista. E muito encantada também! Achei-a curiosamente bonita! Ah, vocês sabiam que existem prédios residenciais na Paulista? Que sonho morar lá, né? Um sonho bem caro, imagino...
Fui conhecer o SESC da Paulista. Achei bem legal, super colorido e tudo o mais. Dei uma olhada numa exposição bem bacana (e de grátis) sobre viagens, ou melhor, velhinhos viajantes. Adorei o projeto e até me emocionei um pouco. Mais ainda depois que vi umas fotos de uns gaúchos tomando chimarrão em Gramado! Mas o melhor do SESC naquele momento foi a lanchonete que fica no terraço. O lugar é muito aconchegante, a vista é maravilhosa e o sorvete de iogurte com calda de frutas vermelhas por apenas R$2,50 é divino! Mal posso esperar para tomar outro qualquer dia desses. Quando saímos de lá, já estava chuviscando. Nada assustador.
Ainda passeando pela Paulista, me pecho com uma vaca amarela! Sim! Uma vaca! E amarela ainda por cima! Também tinha uma de tênis e uma outra verde tomando um Ades. Não, não fumei nada. É que estava (esta, eu acho) ocorrendo a Cow Parade, que nada mais é do que vaquinhas customizadas por artistas plásticos espalhadas pelas ruas. Vaquinhas, sim! Mas com muito estilo! Elas transmitem, de fato, uma símpatia muito singular. Não há como descrever. Tem que olhar para a cara delas para sentir. Amava aquela avenida cada vez mais.
Fomos também numa feira que ocorre todos os domingos com quadros, coisas de cinema, bijus, fuxicos, camisetas de fundo de quintal. Até um casal tomando chimarrão tinha. Eu fiquei louca! Queria comprar tudo! Mas qualquer dia desses eu vou lá e encho uma mala de excentricidades legais.
E se você quer descansar um pouco da agitação e da fumaça, é só ir no Parque do Trianon: um recanto na Paulista, ainda com árvores da mata atlântica provavelmente. Uma pena que estava nublado. Mas vou lá qualquer dia bonito desses admirar os raios de sol entre os eucalíptos.
E como não podia faltar, fui no shopping tomar um café no Starbucks, que só existe em SP, apesar de ter sido "inventado" por uma carioca, que segundo a história trágica que a Jenny me contou até já morreu. Pedi um frapuccino (isso?) gelado. Bem bom! Um dia desses, peço um café com um muffin gigante. Já à tardinha, fomos na Augusta comer um pedaço de pizza. A Jenny aproveitou para comprar um dvd pirata de um documentário que ela procurava. Vocês precisam ver o que é a arte do dvd pirata deles. Eles mesmos gravam em casa, vem com capinha de plástico, impressão no dvd e o escambau a quatro. Custa R$10,00 e tem títulos de filmes super cults e que nem eu ouvi falar. Por aqui, eu só acho aqueles que vem num saquinho, 5 por R$10,00, um xerox da capa e títulos super interessantes como Crepúsculo, Piratas do Caribe, Austrália. Quero trazer essa tecnologia para Porto Alegre também!
Finalmente, fomos para casa. Na estação do metrô tinha uma vaquinha em forma de joaninha. Cara, não sei o que há com essas vacas. É incrível como, só de olhar para elas, a gente se sente um ser humano mais feliz! E pensar que tem gente que come elas...
Lembra do chuvisco que pegamos em Sampa? Pois é...em SBC, caiu um toró. Mais um indício de que onde eu estou, não chove, rá! Antes de dormir, vimos o filme pirata: Nós que aqui estamos por vós esperamos, um documentário brasileiro feito em casa. Muito bom! Merece até um texto a parte. E enfim, fomos dormir.


Os peixinhos malandros do Ibira. Gente, será que aquele peixe preto ali é normal?


Amei essa foto! A Paulista vista do SESC com uma moldura de plantinhas acidentalmente criada pela fotógrafa aqui.


Duas pessoas que não conseguem tirar um bom autorretrato =P


Eu e a vaquinha Sampa Sem Parar, do artista Morandini. Quero fazer a campanha "vamos trazer a Cow Parade para PoA!"
Essas sapatilhas vermelhas já viram cada coisa na vidinha ordinária delas...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sim, eu converso com o meu cérebro.

Pessoal, gostaria de ter continuado a narração da viagem no meio dessa semana. Mas cara, realmente, o calor do baralho que anda fazendo em PoA não deixa a gente pensar direito... E como hoje está super fresco, só 31°C, até estou mais animada para continuar.
Lá pelas 8h30min, o avião pousava no aeroporto de Guarulhos. Você, portoalegrense, que viveu a vida toda na sua cidade está precisando rever o seu conceito de grande. Já haviam me falado que o Cumbica era grande... Mas poxa, ninguém me avisou que ele era realmente muito grande! Depois que o avião finalmente pousou, ele ficou um tempo taxiando a pista, só para depois a gente entrar em um ônibus que nos levaria para o aeroporto. Assim que desembarquei, ainda fiquei um tempo refletindo sobre onde era a saída. Ainda bem que só levei bagagem de mão. Depois de um minuto, eu acho, consegui sair dali (yes!). E o problema de viajar de avião é que tudo acontece tão rápido, que o cérebro não se acostuma com a idéia de que não estamos mais na nossa cidade. Enquanto esperava minha amiga, fiquei tentando convencer meu cérebro de que eu não estava mais em PoA. Ok, cerébro, nós não estamos mais em PoA, estamos em Guarulhos nos dirigindo para SP, que é uma cidade bem maior do que a que você está acostumado a pensar. Então nada de pânico, haja com naturalidade, ok? Não sei quanto ao cérebro das outras pessoas, mas o meu é meio burro às vezes. E enquanto esperava a Jenny e conversava com meu cérebro, já fui reparando no sotaque do pessoal. É claro que todo mundo já viu um paulista com sotaque falar. Só que estar na "terra" deles, ouvindo eles falarem, é uma sensação diferente. Eles falavam diferente para mim, e eu falava diferente para eles. Quase um dialeto dentro da língua portuguesa.
Finalmente encontro com a Jenny e com o Elton! Que alegria abraçá-la pela primeira vez! E foi super fácil se achar lá, mesmo sem nunca nos termos visto e no meio de um monte de gente, pois eu estava com a minha mala rosa pink! Mala rosa fosforescente 1, malas pretas e regulares 0.
Fomos de ônibus até Sampa. Chegando lá, a primeira coisa que visitamos foi o Museu da Língua Portuguesa. Nossa, cara! Muito lindo! Muito divertido! Cheguei bem a tempo de ver um "cineminha" que eles apresentam por lá. É um vídeo falando sobre a origem da língua, e, logo depois, tem uma sessão com declamação de poesia. Ser recepcionada pela cidade de SP com poesia! Lindo²! E o museu todo é bacana, todo interativo. E o elevador toca Arnaldo Antunes. Momento eu não gostaria de trabalhar o dia todo operando o elevador do museu. Em seguida, fomos à Pinacoteca, que é bem na frente. Ainda bem que eu tinha um guia turístico artista plástico! Além de carregar minha mala, ele me expicava sobre a técnica de xilogravura. Chiquérrima eu, hein?!
À tarde, fomos passear pelo centro. Fui ao mercadão, que segundo o que a minha amiga explicou, era para ser um palácio de um príncipe árabe. Bem, por fora, bem que poderia ser um palácio. Mas só por fora mesmo. Por dentro ele é...bom, ele é o mercadão. E durante o passeio, nós três revezávamos a mala. E eu mantinha uma discução severa com o meu cérebro.
-Tá vendo...é uma cidade normal.
-Claro que não, cérebro; olha direito!
-Vendedores de rua, cds piratas, pombos...o que há de diferente?
-Tem que olhar nos detalhes. É claro que em PoA tem mercado público, camelôs, construções antigas, pombos. Mas repara bem: aqui é tudo enorme! Tanto que o mercado é mercadão. Os camelôs estão em centenas e ocupam uma rua toda. As pessoas se movimentam em um rítmo alucinante. Tudo o que a gente vende lá, vem daqui. Uma simples lojinha japonesa daqui tem tudo. Tudo! E em cada esquina toca uma música diferente. Até parece uma boate com diferentes ambientes. E a 25 de março no sábado? É igual a Voluntários num dia de semana. Imagina a 25 num dia de semana...deve ser o Planeta Atlântida! E agora, pensa em alguma coisa.
-Que coisa?
-Qualquer coisa, vai.
-Tá! Um picolé coreano quadrado sabor melão.
-Então! Aqui existe! Lá no sul não tem.
-Uma rua só com fantasias!
-Também tem!
-Humpf... Ah, mas aqui os pombos não são tão grandes como lá!
-Ai, cérebro...fica quieto e continua a controlar minhas funções vitais direitinho, tá?
Enfim, fomos à Sé. Uma praça onde os pastores evangélicos fazem suas pregações em frente a uma catedral. Não vale ir a Sé sem entrar na catedral. De estilo gótico, ela é bem alta, cheia de colunas e "arcos" pontiagudos. E por fora, umas estátuas batizadas pelos pombos. Fomos também ao ensaio do Maracatu, um prejeto que há em uma escola lá na Vila Madalena. Ou Sumaré? De qualquer forma, foi o primeiro momento de contato com uma SP mais tranqüila, sem agitação, sem carros. Muito diver o ensaio. Um pedacinho de Pernambuco!
Por fim, fomos para casa em São Bernardo. Parece que foi um passeio curto. Mas vai andar pelo centro de Sampa com uma mala de 3Kg e pouco para ver se é bom! Neste dia, não tirei nenhuma foto. Pois estava bem embasbacada com tudo. Preferi não tirar fotos e guardar tudo na memória. Já agora me acostumava com a idéia de estar em SP. Quase que nem acreditava...

Fim do dia 1.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Instruções de vôo para principiantes

Gente, durante a semana anterior ao vôo, só de pensar em embarcar, parecia uma capira indo pela primeira vez ao shopping. Não fazia a menor idéia do que fazer. Foi nesses momentos que eu me comovi com a atitude das pessoas tentando me descrever ao máximo o procedimento de embarque. Meu amigo Rafa chegou a escrever um e-mail que me ajudou bastante! Por isso, resolvi repassá-lo aqui, caso haja mais alguém que nunca viajou de avião e vai fazer a primeira viagem sozinho.

Instruções de embarque by Rafael Rios Becker:

1. Check-in no guichê da Ocean Air (onde tu só apresenta a carteira de identidade. Dai eles te entregarão a passagem);

2. Ir para o portão de embarque. Fica no mesmo andar do check-in, a direita dos guichês. Ai tu apresenta a passagem para o leão de chácara(segurança) que tem na entrada, depois é colocar bolsa, mochila no raio-x e passar pelo detector de metais;

3.Se tu chegou nessa parte é pq tu não foi presa por estas com uma arma ou bomba...ehehehehe...brincadeira...dai é só tu ficar próxima ao teu portão de embarque, isso tem na tua passagem. O bom é ficar nas cadeirinhas estofadas do Salgado Filho aguardando, vendo uma tv com um sinal horrível e sempre ficar atenta as chamadas do voos;

4. Bueno, agora tu estarás provavelmente dentro do avião. É só ver tua poltrona, provavelmente vai ter uma letra e número.

5. A letra indica a "coluna" e o numero a "linha", tipo no excel...exemplo lugar A9. Primeira fila nona linha, contando de frente do avião para o fundo. Complicado? Acho que eu compliquei mais...eheheheh...mais isso é só pedir para um comissário de bordo;

6. Mochila deve ficar no porta bagagens de mão, aquele que fica no teto do avião. A bolsa leva na mão, dependendo do tamanho, eles vão pedir para que tu coloque no chão;

7. Dai é só afivelar o cinto e era isso. Aproveita o melhor exemplo prático de inércia...a aceleração do avião...melhor parte..ehehehehehe....

Valeu, Rafa!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Deixando o pago.

Foi no dia 31 de janeiro de 2010 que deixei o solo firme da terra para ir flutuar junto às nuvens, que de tão longe parecem algodões fofos e doces, quase um lugar perfeito para se deitar e descansar. Para ser mais curta e grossa, foi a minha primeira viagem de avião. E eu estava em pânico! De perto, as nuvens não são nada fofas, muito menos são doces. Parecem mais plasmas brancos recheados de nada. Não sei como aquelas coisas carregam a chuva. Aliás, acho que é por isso que chove: porque elas não conseguem carregar por muito tempo... E entrar em uma delas é uma sensação que eu não descreveria como agradável. Mas ao mesmo tempo, estava muito feliz! Voar de avião (até porque na minha espécie não teria como voar diferente) era um sonho para mim. Lembro que há um tempo atrás, olhava os aviões junto com os meus gatos, e pensava em como é incrível estar em Porto Alegre e, de repente, entrar numa nave como aquela e pousar em outra cidade, estado, país ou continente em poucas horas. Já os gatos, não tenho certeza. Mas penso que sonhavam em pegar um pássaro grande como aquele algum dia. Pois, finalmente, eu estava embarcando em um desses pássaros de metal. E ele iria pousar em terras de São Paulo.
São Paulo. Outro monstro a ser desvendado. A gente cresce ouvindo coisas como São Paulo é imensa; tem que andar de GPS para não se perder. Lá o trânsito é estupidamente violento. Tem que correr para entrar no metrô para não ficar preso na porta; mas não correr muito para não cair nos trilhos. Cidade violentíssima!;
segura bem a bolsa, olha bem pros lados, porque lá eles fazem fila para te assaltar. Todos os dias são nublados que nem Londres. Cada vez que chove, morrem 100. E chove todo dia! E nem vou falar da poluição... Ou seja, a gente cresce ouvindo que SP é um monstro do armário, maior que o armário, que fuma 10 cigarros de uma só vez e joga a fumaça na sua cara. Para que ameaçar as crianças com o bicho papão quando a gente pode dizer que elas vão morar em SP caso não comam sua salada? Mas poxa, conheci tanta gente boa que mora lá. Claro, conheci muita gente ruim também; mas qual a plantação que não tem suas pragas? Sampa pode ser um bicho grande sim, mas também é a terra das oportunidades, da diversificação, do teatro, do cinema, da cultura, da comida boa e de muita gente bacana. Gente boa mesmo! Por causa de uma dessas pessoas que conheci, resolvi viajar. E conhecê-la pessoalmente também.
Conheci a Jenny há uns 2 anos atrás (segundo ela mesma) pelo orkut. E já nem tenho mais o orkut. Trocávamos conversas por msn, e-mail, blog. E mesmo a distância, cultivava uma certa admiração por ela e uma confiança que não tenho nem por pessoas que conhecia pessoalmente e por mais tempo. E no último feriado aqui em PoA, tomei coragem e fui ir visitá-la em São Bernardo Do Campo.
Primeiro tentei comprar a passagem pela Gol. Mas a Gol é BrTelecom do sistema de aviação: eles têm uma passagem e você tem que convencê-los a te vender. Depois de muita confusão e desespero, a Jenny conseguiu comprar pela Ocean Air. Nunca voei com outra companhia, porém fiquei fã da Ocean. Tudo muito organizado, ótimo serviço de bordo.
O vôo saiu às 6h50min de PoA. Levei uma mala rosa pink, a mais fosforescente que eu encontrei (que era para não perder de vista). Do meu lado, sentou um cara bem legal, o Júlio. Não parava de falar... Mas acabou fazendo com que a viagem passasse depressa. E viajar de avião é ótimo! Minha primeira viagem foi uma sensção sublime!
Primeira etapa cumprida! Ao pousar no aeroporto Cumbica, já nem ouvia mais nada nem ninguém de tanta felicidade. Estava com um sorrisão maior que as orelhas.

Continua...

P.S. Obrigada a todas as pessoas que me alcamaram quanto ao embarque no avião!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dinheiro posto fora

E isso é algo que eu quero dizer.
Há tempos que não estréia nenhum filme que eu realmente ache que valha a pena assistir no cinema. E ainda não estreiou. O primeiro filme que vi no cinema em 2010 foi Avatar 3D. Fui mais pelo 3D do que pelo Avatar. E já fui preparada sabendo que acharia o filme uma porcaria. Mas, puxa, uma porcaria que sai da tela. Eu nunca tinha visto nada em 3D antes, e o que mais me impressionou foram os trailers em animaçã 3D. Já o filme...foi um ingresso extremamente caro e ainda não pude levar nada de brinde. E para provar que não estou sendo muito crítica, é só reparar nas pessoas que lá pelas tantas tiram os óculos, de cantinho, para ver o que se perde. Eu tirei também. Fora as figuras embaçadas, não perdi muita coisa; isto é, acho que se tivesse visto em 2D, não teria sido melhor ou pior. Até porque, o filme em si já é um efeito especial grandioso. O 3D é só para dar uma forcinha àqueles com falta de imaginação. E para nós que já estamos acostumados com o que de melhor a tecnologia pode fazer nos cinemas, é díficil se deixar impressionar por algo. Mas admito que Avatar superou as expectativas. É tudo muito surreal. E os bichos meio pré-históricos, todos coloridos e brilhantes, são realmente muito bonitos. E que baita imaginação de quem os criou (regada a muito LSD?)! Todos os animais e plantas são deslumbrantes e muito "palpáveis", de fato.
E agora o que eu realmete quero falar: sobre a história, sobre a mensagm que o filme nos trás. O povo de Pandora se comunica com todos os seres vivos e considera cada pedaço de terra, semente, plantas, flor, animal sagrado. Já os demônios brancos, vulgo nós, só pensam em como convertar tudo em dinheiro a qualquer custo. Mesmo que esse custo seja destruir uma nação, um ecossistema, ou seja lá o que for inteiro. E todo mundo captou bem isso. Na academia, tinha alguém comentando de como, além dos efeitos, a mensagem era muito bonita. Na rua, sempre tem um outro alguém falando de como é uma lição de vida muito importante, como isso está acontecendo de verdade conosco. Enfim, onde quer que eu vá, a história de Avatar está sempre sendo exaltada de alguma forma. O próprio diretor, os próprios atores, sempre que têm a oportunidade, comentam que é com grande orgulho que fizeram parte de uma história com uma mensagem iminente que precisa ser dita ao mundo. Ora, baita hipocrisa!
Em primeiro lugar, todo mundo sabe que o povo tem memória curta. As pessoas só vão se lembrar enquanto o filme ganhar um Globo de Ouro, e depois o Oscar. Falando em tempo, se lembrarão até o fim de março e deu. E também, de nada adianta a grande massa concordar e repetir, como um grande rebanho de ovelhas, que é uma boa mensagem, que perdemos o contato com o mundo natural, que blá blá. Não precisa ser nenhum gênio, muito menos assistir a um filme 3D, para notar a nossa própria estupidez. E ficar falando, não resolve nada; é preciso agir. As pessoas não precisam falar; precisam tomar atitudes que podem converter nossa situação ecológica atual. Então, se não forem fazer nada, não falem nada também!
Segundo, já que todos que fizeram o filme enchem a boca para falar da importancia da filosofia do filme, por que eles não doam parte do lucro para instituições ecológicas? Até pode ser que doem, mas vai ser com um gostinho de "é o mínimo que podemos fazer". O mais provável, é que invistam em algo como Avatar 3D 2.
Enquanto assistia ao filme, tentei comparar os elementos fantásticos com os nossos do mundo real: os animais se comunicam com o meio; sabem e fogem quando uma tsunami vai ocorrer; nós vamos brincar na praia. Em suma, somos um bando de patetas brancos jogados aqui por acaso. Mas no momento em que retireios óculos, não pude parar de pensar na enorme contradição que e acabara de ver. Eu sei que, acima de todas as minhas críticas, Avatar 3D foi uma grande revolução para o cinema, admito isso. E que naquelas 2 horas e pouco, o filme te envolve e te leva para outro nível de pensamento. Sim, sou uma apaixona por cinema. Mas também tenho paixão pela nossa "Pandora". E não consigo parar de pensar que esses milhões de dólares poderiam ser usados para evitar que outros milhões de áreas verdes fossem devastadas para construir arranhacéus enormes. Poderiam ser investidos em projetos contra a exploração de combustível fóssil. Mesmo que Avatar tenha sido um marco na história do cinema, preferia perder essa referência em troca das árvores que poderíamos ter de volta. Dava tudo para ter as espécies de pássaros somente existentes em cativeiros voar em (suposta)liberdade no céu de novo. Lutaria até o fim para que cada animal que fosse morto, tivesse seu sofrimento reconhecido.
Avatar é um filme com efeitos especiais caríssimos e com uma pedagogia barata. E não quero com isso converter as pessoas a pensarem da mesma forma que eu. Muito menos a lutarem por um mundo sustentável, ou serem ecologicamente corretas. Gostaria apenas que falassem a verdade e parassem de fingir que se importam. Afinal, cada um gasta o seu dinheiro da forma que bem entender. Eu gastei o meu no ingresso do filme...