sexta-feira, 14 de maio de 2010

E sempre haverá o cinema...

Existem situações ridículas e constrangedoras pelas quais passa um funcionário de uma empresa qualquer, que nós, enquanto consumidores, desconhecemos; no mínimo, ignoramos. Mas para saber mesmo, só estando na pele de um deles...
Há um tempo, eu fui a uma peça de teatro, que tinha por objetivo apresentar sugestões para aperfeiçoar o etendimento nas empresas a partir de situações cotidianas (pelas quais passam um estabelecimento, é claro). Sabe aquela intuição que nos avisa quando não devemos fazer algo? Mas como naquele dia eu não estava com vontade de trabalhar, fui. Se tem coisa pior do que ter a sua inteligência questionada e humilhada, por favor, Senhor, não me deixe nunca descobrir o que é! Nunca ouvi tanta bobagem sendo dita em tão pouco tempo. Nada contra os atores, que estavam apenas cumprindo o seu papel. Nada contra, também, os vivaldinos que tiveram a brilhante idéia de bolar tal "espetáculo", já que é um ótimo pão e circo desse modo de produção desgastado. E tudo contra a quem teve a audácia de achar qualquer ato engraçado e, pior ainda, proveitoso de alguma forma. E a coisa toda ainda tinha história: uma empresa falida reconquistando seus funcionários. Com a ajuda de um spray mágico, era oferecido o melhor produto e o menor preço. Ironia: a peça começou com 10min de atraso. E ainda se acham no direito de dizer como melhorar um atendimento. Mas tudo bem. Pior do quem humilhar a inteligência de alguém é esse alguém acatar a humilhação. Rindo. Ainda se as piadas fossem engraçadas...era um humor tão tosco, que só faltou o assistente de palco erguer a plaquinha "piada" cada vez que alguém, supostamente, fizesse uma. Ora, eu atendo na recepção. Não posso supervalorizar o meu produto, senão seria propaganda enganosa. Também não depende só de mim melhorá-lo e, muito menos, reajustar os preços. Então o que eu estava fazendo lá? Simples: o meu chefe, para descarregar um pouco da culpa, me manda ir lá para eu pensar que a culpa é inteiramente minha e aliviar a culpa de cima dele; logo, há uma transferência de culpas. E um baita peso na consciência! Não sei como ele dorme a noite. Mas aposto que bem melhor do que eu!
Bom, gente...mas não era bem isso o que eu queria falar. E também não era algo totalmente fora do contexto, porém acabei me excedendo. E descarregando um pouco da raiva. Mas deu, já passou! O que queria mesmo dizer é que no início do teatro, eles passaram um curta do André Rolim, "O Troco". Ainda não conhecia e achei genial! A maior prova de que pode se fazer milagre com uma produção de baixo orçamento. Basta ter uma idéia e a vontade para executá-la. O Troco fala sobre uma situação comum que a gente adora: ser atendido por um robô do telemarketing! Segue o link para assistir ao vídeo, que vale muito a pena.
o troco
Em meio a toda a minha revolta e frustração, só mesmo o cinema para me trazer um pouco de alegria.