domingo, 28 de fevereiro de 2010

Como será que Einstein fugiria da chuva?

Depois de um domingo cheio de atividades bacanas, a segunda foi um dia bem curto. Na verdade foi um dia com uma duração normal, de 24h, como todos os outros na vida da gente. Acho que é essa coisa de teoria da relatividade do Einstein, sabe? Assim como a sinaleira que tem o maior tempo com o sinal fechado é aquela em que você está parado, 3min ouvindo axé parecem 5 anos, alguns dias parecem mais longos que outros. Foi um dia curto, mas não menos divertido. Almoçamos em casa e fomos a Sampa ver um filme no cinema. Mas enquanto esperávamos o horário da sessão, nós fomos a uma "banca-lanchonete" que fica bem pertinho da Paulista. Um lugar muito legal mesmo, parece um mezanino, onde se vende frutas e tudo (ou quase tudo) o que se pode fazer com elas. Comi um açaí na tigela com morango e granola. Foi o primeiro açaí que eu gostei de fato: barato, bem grande e bem bom! Adoro coisas assim! Sem falar que adorei o lugar. Amo esses refúgios tranqüilos próximos a ruas movimentadas. Paz e serenidade, porém sem fugir da civilização.
Depois desse sorvete saudável, fomos nos encontrar com a amiga da Jenny, a Ferdi, e o Ricardo. Ao menos eu acho que era assim o nome dele... Juro que não é nada pessoal! Eu apenas tenho problemas com nomes. Então, para não errar, vou chamá-lo de namorado da Ferdi. Íamos ao cine Bom Bril. Sim, aquela esponja de aço. Vimos Onde Vivem os Monstros. Não vou dizer que não gostei, só não vou dizer que gostei.
Sugestão às pessoas que fazem os programas para os caixas eletrôncos do Itaú: se o caixa não tem dinheiro, deveria aparecer a mensagem este caixa não possui saldo, em vez de sua conta não possui saldo! Caramba, isso pode matar alguém do coração ainda... Graças a Deus em SP se chuta uma árvore e caem 10 Itaús na cabeça do vivente. Só atravessei a rua, fui a outro caixa, e problema resolvido. Mas, que puxa, que susto!
Quando saímos do cine, fomos ao bairro Liberdade, dos japoneses. Poderíamos chegar em alguns minutos de metrô, mas a idéia era eu conhecer um pouco da cidade, então fomos de ônibus. O céu estava preto de nuvens. Tive sorte no primeiro dia, no segundo também. Mas no terceiro não teve jeito: veio aquela tromba d'água! Estávamos dentro do ônibus quando começou a chuva. E eu sempre com o meu pensamento otimista, imaginando que a chuva iria parar quando chegássemos na nossa parada. Só que a água começou a entrar no ônibus. Já tinha uma poça sob os nossos pés. Momento socorro, quero sair desse ônibus. O jeito era se entreter com o notíciário que estava passando na televisão do ônibus. Vocês sabiam que o formato de corpo mais saúdavel para homens e mulheres são o de maça e o de pêra respectivamente? Pois é. Andando de ônibus, pisoteando na água e aprendendo. Já chegávamos no Liberdade, e a chuva continuava firme e fore. É. Não tinha jeito. Ou melhor, só tinha um jeito: se molhar. Saltamos da parada e fomos correndo para uma marquise. Mas chovia tão forte, que ficar embaixo da marquise, usar um guarda-chuva ou caminhar normalmente na rua não fazia diferença. Contudo, para um efeito psicológico mais agradável, resolvemos sair correndo, parando de marquise em marquise, até chegar na rua principal do bairro. E de novo a teoria da relatividade se encaixa. Correr na chuva gritando e dando risada com amigos por meia hora parece 5min. Além de ser muito mais divertido!
E a imagem que eu fazia do bairro Liberdade só existia na minha cabeça mesmo. Achei um pouco sujinho, cheio de sacos de lixo espalhados e um cheiro meio desagradável. Mas tudo bem. A idéia era achar um restaurante e jantar. Entramos em um, que eu já não lembro o nome, um mais molhado que o outro. Minha amiga pediu uma yakisoba, e eu um nugui udon, ugi udon, nagui udon...ah, não lembro nem o nome de pessoas, o que dirá de pratos japoneses. A Ferdi e o (suposto)Ricardo não pediram nada. Odeio quando fazem isso; me sinto tão gorda...
Sugestão às pessoas que descrevem as comidas nos cardápios japoneses: se o prato leva carne, por favor escreva! Os vegetarianos merecem saber. Que puxa...eu li queijo de soja, ovo e nada de carne. E me vem uma sopa com um bife boiando! Quando comentei com a garçonete, ela pediu desculpa e se ofereceu para retirar a carne. Eu aceitei a gentileza. Momento tomara que ela não cuspa na minha sopa.
Já sem a carne, o meu sei lá eu o que udon estava muito gostoso! Era uma espécie de sopa com uma massa bem grossinha (tipo lombriga), com cebolinha, ovo, tofu e algumas saladas. Bem bom mesmo! Pena a Jenny não poder ter dito o mesmo do yakisoba. Além da briga para comer com palitinhos, o molho não estava muito bom. Uma informação importante: aji-no-moto apenas ralça o sabor dos alimentos. Não os deixa melhor. Então, se o yakisoba já estava ruim, entupir de aji-no-moto só fez piorar o gosto. Mas valeu a pena pelas risadas que demos!
Já era noite, fomos para casa. Chegamos tarde. Estávamos mais que cansadas. Falei com minha família por telefone para matar um pouquinho a saudade, relatei minha super aventura, tomei banho e fui me deitar. E aprendi que correr da chuva é algo muito relativo: você pode apenas fugir e se proteger dela, ou, então, se divertir como nunca enquanto toma o melhor banho da sua vida.




Adoro essa foto! Eu e meu frapuccino no Starbucks. Acho que foi a cidade que me deixou mais bonita.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um domingo desses qualquer eu volto.

Domingo, dia 31 de janeiro de 2010.
Recapitulando o dia anterior: eu me levantei às 4h da madrugada, fui para o aeoporto ainda de noite, passei o dia andando de metrô e passeando pelo centro de São Paulo com uma mala rosa de 4k e fui para São Bernardo à tardinha de ônibus. Estava um bocado exausta... Mas sempre com um sorriso no rosto. Ah, e naquele sábado, não choveu em Sampa! Ao menos não onde eu andei. Fiquei feliz em "trazer" às pessoas um sorriso de alívio depois de tantos dias chuvosos. Acho que eu dou sorte.
Bem, depois de uma boa noite de sono, fomos no meio da manhã para SP. Fomos de metrô até a Paulista e descemos a Brigadeiro para ir ao nosso primeiro destino do dia: o Ibirapuera. Logo na entrada do parque está o Monumento às Bandeiras, uma escultura gigante, planejada pelo Victor Brecheret, representando os bandeirantes. O Victor esculpiu uma galera puxando um barco. Ou fingindo que está puxando, sei lá. Mas é uma obra bem bonita, realmente. Só não tirei nenhuma foto porque ela estava coberta de gente. Sim, isso mesmo...as pessoas gostam de "trepar" o monumento. A maioria delas nem deve saber direito de quem é a obra, nem o que ela quer dizer, mas poxa, é tão divertido subir em cima dela! Então, pensei que fosse ficar uma coisa meio bagaceira e não tirei foto. Ai, ai...pessoas. O que fazer com elas? Mesmo assim, o lugar é lindo! É no Ibirapura também que fica o planetário, o museu de arte moderna, vários pavilhões, um auditório, o Obelisco de SP, lagos...ou seja, o negócio é imenso. E como eu tinha pouco tempo, todos os meus passeios eram relâmpagos. Não deu para ver tudo. Até porque, devido as chuvas, o chão estava um lamaçal, quase um mangue. Não tinha como caminhar confortavelmente. Mas deu tempo de ir visitar a exposição de cultura afro. Muito tri! O museu trazia de tudo um pouco: desde máscaras de antigas tribos africanas, passando por roupas de candomblé até camisetas e bonequinhos do Obama. Mas muito tri mesmo! E o lago (um dos)? Muito lindo! (dispensa dizer que o lago é grande...) Com cisnes! Quer dizer, eu acho que são cisnes; não entendo de aves, porém como achei aquelas bem parecidas com os pedalinhos que temos aqui na Redenção, supus que eram cisnes. Além das aves, o lago também contém peixes. Muuuitos peixes! E eles são tri malandros: ficam todos agrupados embaixo da ponte esperando as migalhas que as pessoas jogam. Senti um pingo no meu nariz, e quando olhamos para cima, vimos formar algumas nuvens bem pretas no céu. Como estávamos no meio barro, decidimos voltar para a Paulista antes que viesse uma chuva forte. Mas qualquer findi desses eu vou lá estender uma canga e tomar um chimarrão.
A Paulista é uma avenida não muito longa, porém bem larga. Formada somente por prédio altos, muito altos e altíssimos. Aqui em Porto também existem prédios altos assim, mas não um do ladinho do outro. Dica: se você sofre de vertigem, não ande pela Paulista. Sem falar nas dezenas de antenas, carinhosamente apelidadas de torres eiffel. Fiquei muito impressionada com a Paulista. E muito encantada também! Achei-a curiosamente bonita! Ah, vocês sabiam que existem prédios residenciais na Paulista? Que sonho morar lá, né? Um sonho bem caro, imagino...
Fui conhecer o SESC da Paulista. Achei bem legal, super colorido e tudo o mais. Dei uma olhada numa exposição bem bacana (e de grátis) sobre viagens, ou melhor, velhinhos viajantes. Adorei o projeto e até me emocionei um pouco. Mais ainda depois que vi umas fotos de uns gaúchos tomando chimarrão em Gramado! Mas o melhor do SESC naquele momento foi a lanchonete que fica no terraço. O lugar é muito aconchegante, a vista é maravilhosa e o sorvete de iogurte com calda de frutas vermelhas por apenas R$2,50 é divino! Mal posso esperar para tomar outro qualquer dia desses. Quando saímos de lá, já estava chuviscando. Nada assustador.
Ainda passeando pela Paulista, me pecho com uma vaca amarela! Sim! Uma vaca! E amarela ainda por cima! Também tinha uma de tênis e uma outra verde tomando um Ades. Não, não fumei nada. É que estava (esta, eu acho) ocorrendo a Cow Parade, que nada mais é do que vaquinhas customizadas por artistas plásticos espalhadas pelas ruas. Vaquinhas, sim! Mas com muito estilo! Elas transmitem, de fato, uma símpatia muito singular. Não há como descrever. Tem que olhar para a cara delas para sentir. Amava aquela avenida cada vez mais.
Fomos também numa feira que ocorre todos os domingos com quadros, coisas de cinema, bijus, fuxicos, camisetas de fundo de quintal. Até um casal tomando chimarrão tinha. Eu fiquei louca! Queria comprar tudo! Mas qualquer dia desses eu vou lá e encho uma mala de excentricidades legais.
E se você quer descansar um pouco da agitação e da fumaça, é só ir no Parque do Trianon: um recanto na Paulista, ainda com árvores da mata atlântica provavelmente. Uma pena que estava nublado. Mas vou lá qualquer dia bonito desses admirar os raios de sol entre os eucalíptos.
E como não podia faltar, fui no shopping tomar um café no Starbucks, que só existe em SP, apesar de ter sido "inventado" por uma carioca, que segundo a história trágica que a Jenny me contou até já morreu. Pedi um frapuccino (isso?) gelado. Bem bom! Um dia desses, peço um café com um muffin gigante. Já à tardinha, fomos na Augusta comer um pedaço de pizza. A Jenny aproveitou para comprar um dvd pirata de um documentário que ela procurava. Vocês precisam ver o que é a arte do dvd pirata deles. Eles mesmos gravam em casa, vem com capinha de plástico, impressão no dvd e o escambau a quatro. Custa R$10,00 e tem títulos de filmes super cults e que nem eu ouvi falar. Por aqui, eu só acho aqueles que vem num saquinho, 5 por R$10,00, um xerox da capa e títulos super interessantes como Crepúsculo, Piratas do Caribe, Austrália. Quero trazer essa tecnologia para Porto Alegre também!
Finalmente, fomos para casa. Na estação do metrô tinha uma vaquinha em forma de joaninha. Cara, não sei o que há com essas vacas. É incrível como, só de olhar para elas, a gente se sente um ser humano mais feliz! E pensar que tem gente que come elas...
Lembra do chuvisco que pegamos em Sampa? Pois é...em SBC, caiu um toró. Mais um indício de que onde eu estou, não chove, rá! Antes de dormir, vimos o filme pirata: Nós que aqui estamos por vós esperamos, um documentário brasileiro feito em casa. Muito bom! Merece até um texto a parte. E enfim, fomos dormir.


Os peixinhos malandros do Ibira. Gente, será que aquele peixe preto ali é normal?


Amei essa foto! A Paulista vista do SESC com uma moldura de plantinhas acidentalmente criada pela fotógrafa aqui.


Duas pessoas que não conseguem tirar um bom autorretrato =P


Eu e a vaquinha Sampa Sem Parar, do artista Morandini. Quero fazer a campanha "vamos trazer a Cow Parade para PoA!"
Essas sapatilhas vermelhas já viram cada coisa na vidinha ordinária delas...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sim, eu converso com o meu cérebro.

Pessoal, gostaria de ter continuado a narração da viagem no meio dessa semana. Mas cara, realmente, o calor do baralho que anda fazendo em PoA não deixa a gente pensar direito... E como hoje está super fresco, só 31°C, até estou mais animada para continuar.
Lá pelas 8h30min, o avião pousava no aeroporto de Guarulhos. Você, portoalegrense, que viveu a vida toda na sua cidade está precisando rever o seu conceito de grande. Já haviam me falado que o Cumbica era grande... Mas poxa, ninguém me avisou que ele era realmente muito grande! Depois que o avião finalmente pousou, ele ficou um tempo taxiando a pista, só para depois a gente entrar em um ônibus que nos levaria para o aeroporto. Assim que desembarquei, ainda fiquei um tempo refletindo sobre onde era a saída. Ainda bem que só levei bagagem de mão. Depois de um minuto, eu acho, consegui sair dali (yes!). E o problema de viajar de avião é que tudo acontece tão rápido, que o cérebro não se acostuma com a idéia de que não estamos mais na nossa cidade. Enquanto esperava minha amiga, fiquei tentando convencer meu cérebro de que eu não estava mais em PoA. Ok, cerébro, nós não estamos mais em PoA, estamos em Guarulhos nos dirigindo para SP, que é uma cidade bem maior do que a que você está acostumado a pensar. Então nada de pânico, haja com naturalidade, ok? Não sei quanto ao cérebro das outras pessoas, mas o meu é meio burro às vezes. E enquanto esperava a Jenny e conversava com meu cérebro, já fui reparando no sotaque do pessoal. É claro que todo mundo já viu um paulista com sotaque falar. Só que estar na "terra" deles, ouvindo eles falarem, é uma sensação diferente. Eles falavam diferente para mim, e eu falava diferente para eles. Quase um dialeto dentro da língua portuguesa.
Finalmente encontro com a Jenny e com o Elton! Que alegria abraçá-la pela primeira vez! E foi super fácil se achar lá, mesmo sem nunca nos termos visto e no meio de um monte de gente, pois eu estava com a minha mala rosa pink! Mala rosa fosforescente 1, malas pretas e regulares 0.
Fomos de ônibus até Sampa. Chegando lá, a primeira coisa que visitamos foi o Museu da Língua Portuguesa. Nossa, cara! Muito lindo! Muito divertido! Cheguei bem a tempo de ver um "cineminha" que eles apresentam por lá. É um vídeo falando sobre a origem da língua, e, logo depois, tem uma sessão com declamação de poesia. Ser recepcionada pela cidade de SP com poesia! Lindo²! E o museu todo é bacana, todo interativo. E o elevador toca Arnaldo Antunes. Momento eu não gostaria de trabalhar o dia todo operando o elevador do museu. Em seguida, fomos à Pinacoteca, que é bem na frente. Ainda bem que eu tinha um guia turístico artista plástico! Além de carregar minha mala, ele me expicava sobre a técnica de xilogravura. Chiquérrima eu, hein?!
À tarde, fomos passear pelo centro. Fui ao mercadão, que segundo o que a minha amiga explicou, era para ser um palácio de um príncipe árabe. Bem, por fora, bem que poderia ser um palácio. Mas só por fora mesmo. Por dentro ele é...bom, ele é o mercadão. E durante o passeio, nós três revezávamos a mala. E eu mantinha uma discução severa com o meu cérebro.
-Tá vendo...é uma cidade normal.
-Claro que não, cérebro; olha direito!
-Vendedores de rua, cds piratas, pombos...o que há de diferente?
-Tem que olhar nos detalhes. É claro que em PoA tem mercado público, camelôs, construções antigas, pombos. Mas repara bem: aqui é tudo enorme! Tanto que o mercado é mercadão. Os camelôs estão em centenas e ocupam uma rua toda. As pessoas se movimentam em um rítmo alucinante. Tudo o que a gente vende lá, vem daqui. Uma simples lojinha japonesa daqui tem tudo. Tudo! E em cada esquina toca uma música diferente. Até parece uma boate com diferentes ambientes. E a 25 de março no sábado? É igual a Voluntários num dia de semana. Imagina a 25 num dia de semana...deve ser o Planeta Atlântida! E agora, pensa em alguma coisa.
-Que coisa?
-Qualquer coisa, vai.
-Tá! Um picolé coreano quadrado sabor melão.
-Então! Aqui existe! Lá no sul não tem.
-Uma rua só com fantasias!
-Também tem!
-Humpf... Ah, mas aqui os pombos não são tão grandes como lá!
-Ai, cérebro...fica quieto e continua a controlar minhas funções vitais direitinho, tá?
Enfim, fomos à Sé. Uma praça onde os pastores evangélicos fazem suas pregações em frente a uma catedral. Não vale ir a Sé sem entrar na catedral. De estilo gótico, ela é bem alta, cheia de colunas e "arcos" pontiagudos. E por fora, umas estátuas batizadas pelos pombos. Fomos também ao ensaio do Maracatu, um prejeto que há em uma escola lá na Vila Madalena. Ou Sumaré? De qualquer forma, foi o primeiro momento de contato com uma SP mais tranqüila, sem agitação, sem carros. Muito diver o ensaio. Um pedacinho de Pernambuco!
Por fim, fomos para casa em São Bernardo. Parece que foi um passeio curto. Mas vai andar pelo centro de Sampa com uma mala de 3Kg e pouco para ver se é bom! Neste dia, não tirei nenhuma foto. Pois estava bem embasbacada com tudo. Preferi não tirar fotos e guardar tudo na memória. Já agora me acostumava com a idéia de estar em SP. Quase que nem acreditava...

Fim do dia 1.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Instruções de vôo para principiantes

Gente, durante a semana anterior ao vôo, só de pensar em embarcar, parecia uma capira indo pela primeira vez ao shopping. Não fazia a menor idéia do que fazer. Foi nesses momentos que eu me comovi com a atitude das pessoas tentando me descrever ao máximo o procedimento de embarque. Meu amigo Rafa chegou a escrever um e-mail que me ajudou bastante! Por isso, resolvi repassá-lo aqui, caso haja mais alguém que nunca viajou de avião e vai fazer a primeira viagem sozinho.

Instruções de embarque by Rafael Rios Becker:

1. Check-in no guichê da Ocean Air (onde tu só apresenta a carteira de identidade. Dai eles te entregarão a passagem);

2. Ir para o portão de embarque. Fica no mesmo andar do check-in, a direita dos guichês. Ai tu apresenta a passagem para o leão de chácara(segurança) que tem na entrada, depois é colocar bolsa, mochila no raio-x e passar pelo detector de metais;

3.Se tu chegou nessa parte é pq tu não foi presa por estas com uma arma ou bomba...ehehehehe...brincadeira...dai é só tu ficar próxima ao teu portão de embarque, isso tem na tua passagem. O bom é ficar nas cadeirinhas estofadas do Salgado Filho aguardando, vendo uma tv com um sinal horrível e sempre ficar atenta as chamadas do voos;

4. Bueno, agora tu estarás provavelmente dentro do avião. É só ver tua poltrona, provavelmente vai ter uma letra e número.

5. A letra indica a "coluna" e o numero a "linha", tipo no excel...exemplo lugar A9. Primeira fila nona linha, contando de frente do avião para o fundo. Complicado? Acho que eu compliquei mais...eheheheh...mais isso é só pedir para um comissário de bordo;

6. Mochila deve ficar no porta bagagens de mão, aquele que fica no teto do avião. A bolsa leva na mão, dependendo do tamanho, eles vão pedir para que tu coloque no chão;

7. Dai é só afivelar o cinto e era isso. Aproveita o melhor exemplo prático de inércia...a aceleração do avião...melhor parte..ehehehehehe....

Valeu, Rafa!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Deixando o pago.

Foi no dia 31 de janeiro de 2010 que deixei o solo firme da terra para ir flutuar junto às nuvens, que de tão longe parecem algodões fofos e doces, quase um lugar perfeito para se deitar e descansar. Para ser mais curta e grossa, foi a minha primeira viagem de avião. E eu estava em pânico! De perto, as nuvens não são nada fofas, muito menos são doces. Parecem mais plasmas brancos recheados de nada. Não sei como aquelas coisas carregam a chuva. Aliás, acho que é por isso que chove: porque elas não conseguem carregar por muito tempo... E entrar em uma delas é uma sensação que eu não descreveria como agradável. Mas ao mesmo tempo, estava muito feliz! Voar de avião (até porque na minha espécie não teria como voar diferente) era um sonho para mim. Lembro que há um tempo atrás, olhava os aviões junto com os meus gatos, e pensava em como é incrível estar em Porto Alegre e, de repente, entrar numa nave como aquela e pousar em outra cidade, estado, país ou continente em poucas horas. Já os gatos, não tenho certeza. Mas penso que sonhavam em pegar um pássaro grande como aquele algum dia. Pois, finalmente, eu estava embarcando em um desses pássaros de metal. E ele iria pousar em terras de São Paulo.
São Paulo. Outro monstro a ser desvendado. A gente cresce ouvindo coisas como São Paulo é imensa; tem que andar de GPS para não se perder. Lá o trânsito é estupidamente violento. Tem que correr para entrar no metrô para não ficar preso na porta; mas não correr muito para não cair nos trilhos. Cidade violentíssima!;
segura bem a bolsa, olha bem pros lados, porque lá eles fazem fila para te assaltar. Todos os dias são nublados que nem Londres. Cada vez que chove, morrem 100. E chove todo dia! E nem vou falar da poluição... Ou seja, a gente cresce ouvindo que SP é um monstro do armário, maior que o armário, que fuma 10 cigarros de uma só vez e joga a fumaça na sua cara. Para que ameaçar as crianças com o bicho papão quando a gente pode dizer que elas vão morar em SP caso não comam sua salada? Mas poxa, conheci tanta gente boa que mora lá. Claro, conheci muita gente ruim também; mas qual a plantação que não tem suas pragas? Sampa pode ser um bicho grande sim, mas também é a terra das oportunidades, da diversificação, do teatro, do cinema, da cultura, da comida boa e de muita gente bacana. Gente boa mesmo! Por causa de uma dessas pessoas que conheci, resolvi viajar. E conhecê-la pessoalmente também.
Conheci a Jenny há uns 2 anos atrás (segundo ela mesma) pelo orkut. E já nem tenho mais o orkut. Trocávamos conversas por msn, e-mail, blog. E mesmo a distância, cultivava uma certa admiração por ela e uma confiança que não tenho nem por pessoas que conhecia pessoalmente e por mais tempo. E no último feriado aqui em PoA, tomei coragem e fui ir visitá-la em São Bernardo Do Campo.
Primeiro tentei comprar a passagem pela Gol. Mas a Gol é BrTelecom do sistema de aviação: eles têm uma passagem e você tem que convencê-los a te vender. Depois de muita confusão e desespero, a Jenny conseguiu comprar pela Ocean Air. Nunca voei com outra companhia, porém fiquei fã da Ocean. Tudo muito organizado, ótimo serviço de bordo.
O vôo saiu às 6h50min de PoA. Levei uma mala rosa pink, a mais fosforescente que eu encontrei (que era para não perder de vista). Do meu lado, sentou um cara bem legal, o Júlio. Não parava de falar... Mas acabou fazendo com que a viagem passasse depressa. E viajar de avião é ótimo! Minha primeira viagem foi uma sensção sublime!
Primeira etapa cumprida! Ao pousar no aeroporto Cumbica, já nem ouvia mais nada nem ninguém de tanta felicidade. Estava com um sorrisão maior que as orelhas.

Continua...

P.S. Obrigada a todas as pessoas que me alcamaram quanto ao embarque no avião!