sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Deixando o pago.

Foi no dia 31 de janeiro de 2010 que deixei o solo firme da terra para ir flutuar junto às nuvens, que de tão longe parecem algodões fofos e doces, quase um lugar perfeito para se deitar e descansar. Para ser mais curta e grossa, foi a minha primeira viagem de avião. E eu estava em pânico! De perto, as nuvens não são nada fofas, muito menos são doces. Parecem mais plasmas brancos recheados de nada. Não sei como aquelas coisas carregam a chuva. Aliás, acho que é por isso que chove: porque elas não conseguem carregar por muito tempo... E entrar em uma delas é uma sensação que eu não descreveria como agradável. Mas ao mesmo tempo, estava muito feliz! Voar de avião (até porque na minha espécie não teria como voar diferente) era um sonho para mim. Lembro que há um tempo atrás, olhava os aviões junto com os meus gatos, e pensava em como é incrível estar em Porto Alegre e, de repente, entrar numa nave como aquela e pousar em outra cidade, estado, país ou continente em poucas horas. Já os gatos, não tenho certeza. Mas penso que sonhavam em pegar um pássaro grande como aquele algum dia. Pois, finalmente, eu estava embarcando em um desses pássaros de metal. E ele iria pousar em terras de São Paulo.
São Paulo. Outro monstro a ser desvendado. A gente cresce ouvindo coisas como São Paulo é imensa; tem que andar de GPS para não se perder. Lá o trânsito é estupidamente violento. Tem que correr para entrar no metrô para não ficar preso na porta; mas não correr muito para não cair nos trilhos. Cidade violentíssima!;
segura bem a bolsa, olha bem pros lados, porque lá eles fazem fila para te assaltar. Todos os dias são nublados que nem Londres. Cada vez que chove, morrem 100. E chove todo dia! E nem vou falar da poluição... Ou seja, a gente cresce ouvindo que SP é um monstro do armário, maior que o armário, que fuma 10 cigarros de uma só vez e joga a fumaça na sua cara. Para que ameaçar as crianças com o bicho papão quando a gente pode dizer que elas vão morar em SP caso não comam sua salada? Mas poxa, conheci tanta gente boa que mora lá. Claro, conheci muita gente ruim também; mas qual a plantação que não tem suas pragas? Sampa pode ser um bicho grande sim, mas também é a terra das oportunidades, da diversificação, do teatro, do cinema, da cultura, da comida boa e de muita gente bacana. Gente boa mesmo! Por causa de uma dessas pessoas que conheci, resolvi viajar. E conhecê-la pessoalmente também.
Conheci a Jenny há uns 2 anos atrás (segundo ela mesma) pelo orkut. E já nem tenho mais o orkut. Trocávamos conversas por msn, e-mail, blog. E mesmo a distância, cultivava uma certa admiração por ela e uma confiança que não tenho nem por pessoas que conhecia pessoalmente e por mais tempo. E no último feriado aqui em PoA, tomei coragem e fui ir visitá-la em São Bernardo Do Campo.
Primeiro tentei comprar a passagem pela Gol. Mas a Gol é BrTelecom do sistema de aviação: eles têm uma passagem e você tem que convencê-los a te vender. Depois de muita confusão e desespero, a Jenny conseguiu comprar pela Ocean Air. Nunca voei com outra companhia, porém fiquei fã da Ocean. Tudo muito organizado, ótimo serviço de bordo.
O vôo saiu às 6h50min de PoA. Levei uma mala rosa pink, a mais fosforescente que eu encontrei (que era para não perder de vista). Do meu lado, sentou um cara bem legal, o Júlio. Não parava de falar... Mas acabou fazendo com que a viagem passasse depressa. E viajar de avião é ótimo! Minha primeira viagem foi uma sensção sublime!
Primeira etapa cumprida! Ao pousar no aeroporto Cumbica, já nem ouvia mais nada nem ninguém de tanta felicidade. Estava com um sorrisão maior que as orelhas.

Continua...

P.S. Obrigada a todas as pessoas que me alcamaram quanto ao embarque no avião!

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