quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Preliminares

Chove em PoA. Finalmente São Pedro atendeu a prece das florzinhas de jardim. Se soubesse que o Sol daria uma folga, teria saído hoje e não ontem. Mas não sabia. Saí ontem. Uma delícia de calor que cheirava a enxofre do inferno. Cinco min parado no sol equivale a 5 horas correndo, e tudo parece mais longe quando se está a pé. Mas como uma boa capricorniana obstinada, não me deixei intimidar por míseros 32°C. Além do que, Benjamin Button suplicava-me a semanas para assistir-lhe. Resolvi, então, atendê-lo, e nem os aerolitos do Chapolin teriam me impedido.
Após caminhar uns 35, 40 min até chegar no shopping, larguei minha bolsa no chão, deitei no piso gelado e esperei o ar-condicionado secar meu suor. Isso nos meus delírios, é claro. Bem na verdade, só tive coragem para procurar um banco e me recompor. O resto deste parágrafo é irrelevante; portanto, o amigo pode ir direto para o próximo se assim o preferir. Prometo não ficar chateada. Prosseguindo, nunca havia ido ao GNC do Iguatemi. Foi um momento emoção no meu dia. As poltronas são numeradas: mais parecia um teatro. O carpete tem consistência de grama, e as poltronas são imensuravelmente espaçadas, e a fileira da frente fica abaixo dos joelhos; dá pra esticar as pernas sem encostar na próxima fileira, e nem o maior cabeção do mundo nos atrapalha. Fora o porta copos, que mais parece um porta baldes. Ou seja, é o cinema de Itu.
Após todo esse deslumbramento, o filme começa. Quase 3 horas de duração. E posso dizer que essas quase 3 horas valeram cada gota de suor vertida para chegar até ali. As verteria de novo em dobro se fosse necessário. A história é marcante e bastante intensa. E por ser um filme longo e rico em detalhes, os comentários e reflexões a respeito dele me renderam bastante. De cara quando assisti ao trailer, me recordei não do conto de Fitzgerald, o qual é adaptado, mas de uma reflexão de Charles Chaplin. Algo mais ou menos assim:
"Coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"
Na verdade não sei se foi ele mesmo quem escreveu. Sabe como é essa tal internet...a gente vive recebendo textos com erros gramaticais grotescos e pobre em vocabulário assinados por um tal Veríssimo... Aliás, se alguém souber de fato se foi ele ou não, por favor me avise.
E para ser sincera, ainda não consegui organizar bem as idéias para falar a respeito do filme. Cada vez que passo o texto a limpo, aumento mais um pouco. Por isso, hoje só vim dizer o quanto esse filme é fascinante, antes de chegar as vias de fato. Acho que ainda preciso de um dia, ou dois, para apresentar algo definitivo. Por enquanto, parece que as plantas não são levadas muito em consideração, e o astro-rei já mostra seu rostinho ardende de novo...

Um comentário:

Sara disse...

ahhhh
eu concordo em gênero, número e grau com vc. o filme é ótimo (pra mim, que não estava em um cinema tão confortável, um pouco longo demais) e te dá um tapa na cara mesmo. é impossível pensar direito durante quase uma semana depois de assistir. e quando consegue, a única coisa que eu consigo pensar é que preciso assistir de novo!


saudade, guria!


beijos