domingo, 1 de fevereiro de 2009

Diga sim um milhão de vezes

Perguntaram pro Jim Carrey se ele estava disposto a fazer mais um filme de comédia, com uma historinha simples e boba com um final previsível, e ele disse SIM. Yes Man, ou Sim, Senhor, é o novo filme do infinitamente engraçado Jim Carrey. O filme é uma adaptação das memórias do autor Danny Wallace. Se você riu com o O Mentiroso, provavelmente vai rir com este também. Ou não.
Jim Carrey faz o papel de Carl. Sabe quando te convidam para uma festa que você já decide que não vai se divertir? E sempre dá a desculpa que estará muito ocupado com o trabalho, ou que vai estar fazendo algo dezenas de vezes mais divertido, normalmente com muita adrenalida, quando na verdade você vai estar no sofá da sua sala vendo TV e comendo com um abrigo velho de mendigo? Então. Esse é Carl. Ele age assim no tempo integral da sua vida. E para deixá-lo com uma aparência mais miserável ainda, Carl é separado e sua ex-mulher está muito bem namorando, enquanto ele não tem nada parecido.
Em outras palavras, Carl é um no man. Eis que então surge um amigo. Sabe aquele seu amigo que some e reaparece do além, revigorado, que mudou de vida depois de conhecer o verdadeiro segredo das coisas e que quer que toda a humanidade faça parte disso com ele? Então. Esse é o amigo. Ele é um yes man. E é claro que ele convida Carl para fazer parte disso, que age como alguém que recebe um panfleto de propaganda de boates com moças que se sustentam de maneira duvidosa: ele pensa "até tá que eu preciso...", mas guarda o panfleto no bolso mesmo assim. E depois de ser criticado pelo seu melhor amigo pelo seu estilo de vida, ele resolve "ver" como é uma palestra do yes man. E é uma das cenas mais engraçadas do filme! O criador do yes man faz uma alusão aos autores de livros com idéias mirabolantes de auto-ajuda; e a palestra, a seitas religiosas em que os membros ou são fanáticos ou não são membros. Nada contra quem lê livros de auto-ajuda ou participa de seitas. Se esse for o seu caso, por favor não se ofenda. E mesmo não acreditando, Carl faz uma promessa consigo mesmo de dizer sim à vida. E claro, igual as resoluções de ano novo, é uma promessa da boca pra fora. Mas ele acaba cumprindo. Primeiro, para que haja um bom andamento do filme, e segundo, porque toda vez que ele diz não a alguma coisa, algo terrível acontece.
E dessa forma Carl se torna um verdadeiro yes man. Ele arranja uma namorada (a meiga Zooey Deschanel), é promovido no trabalho e tudo dá certo. Surpreendente... É claro que de repente tudo volta a dar errado, então Carl aprende uma lição e tudo volta a dar certo no final. E o que aprendemos com tudo isso? Não precisa dizer sim para tudo, basta dizer sim às coisas que realmente queremos dizer sim (ai, por que não disse antes?!). É o tipo de lição que na hora é bonita, mas na prática, ficar de abrigo no sofá parace ser bem mais tentador.
Sei que não costumo tomar o tempo do meu leitor com o resumo longo do filme, mas acontece que mesmo sendo meio estúpido, ele é incrivelmente contagiante. E de qualquer forma, já me sentia uma yes ma'am só por ter decido ver um filme desses. E mais ainda por um momento particular que eu passei naquele instante. Mas chega de falar de mim. De qualquer forma, é o Jim Carrey fazendo o que ele faz de melhor: pessoas rirem. Vá ao cinema; seja um yes man.

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