quinta-feira, 9 de agosto de 2012

E o Cinepocket ressurge...

"Acredito que para superar o The Dark Knight, o terceiro filme do homem-morcego vai dar trabalho! ". Foi o que eu disse depois de sair do cinema após ver o segundo filme do Batman, "O Caveleiro das Trevas". Foi o que todo mundo disse. Não, Batman não é o filme mais filosófico do mundo. Sim, é um típico caça-níquel americano para pegar bobos. Mas não significa que não possa ser bom e que não tenha lá a sua magia. E eu fui uma tremenda boba que caí nesta: saí da sala com uma expressão de "uau" no rosto e tudo o que o conseguia pensar era..."uau". Atuações marcantes que entraram para história, releitura original das personagens, enfim, cada detalhe perfeito e muito bem adaptado. O próprio Chris Nolan havia se lançado um desafio: superar-se. Será que é possível uma seqüência à altura? A expectativa era grande. E eis então que ressurge o Cavaleiro, nascido sob as luzes dos holofotes de Hollywood, lapidado com muitos efeitos especiais (de explosões) e...e...ficou uma bosta. Ai, que triste!
Engraçado como todas as pessoas amaram o filme, só se ouvia mil elogios, que o vilão era mau, muito mau, mas muito mau mesmo, mais malvado que o Coringa, que o Coringa virava um Poodle cor-de-rosa perto dele. Mais maligno que Coringa?, pensei, Caramba, deve ser satânico! Minhas expectativas aumentaram mais ainda, virou um monstro, que acabou sendo nocauteado.
O início, um tanto parado, nada de muito interessante acontece. E quando as coisas começam a acontecer, não passam de explosões e tiros (momento tenso, devido aos lunáticos invasores de cinema...). A Mulher Gato, que acabou sendo rebaixada a ser apenas Selina, ganhou destaque logo de início, o que também achei esquisito. E por falar nela, gostei da Anne Hathaway, apesar de ninguém ir muito com a cara dela. Achei ela linda no papel. O que eu não gostei mesmo foi da reconstrução feita da Mulher Gato. Tinha poucos movimentos de gato, que são naturalmente sedutores e um pouco preguiçosos, de caráter um tanto traiçoeiro, com olhar penetrante e hipnotizador. O resultado acabou sendo uma personagem feminina de ação bastante clichê, irônica com piadas previsíveis, que tinha mais força do que habilidade e lutava melhor que o Batman. Fato. Recordo mais das cenas de luta com ela do que as do próprio Batman; e as poucas que me lembro, ele estava apanhando... Se Heath Ledger abalou as estruturas de Jack Nicholson, o mesmo não aconteceu com Michelle Pfeiffer: apesar da boa atuação de Anne, Michelle será a eterna Mulher Gato que adoramos. Meow.
E não foi só essa a personagem que me decepcionou...Alfred, o sábio mordomo e serviçal eterno do sr. Wayne, se transformou em um velho sentimental, deu um piti e sumiu na metade do filme. E Bruce Wayne?  Que moço volúvel...amava Rachel, mas tá, ela morreu, bola para frente...acabou gostando de Miranda Tate, interpretada pela linda Marion Cotillard, que parecia ser mesmo sua nova paixão até tentar matá-lo, então, no fim, foi melhor ficar com a Selina mesmo. Te benze, Batman!
E o vilão terrível? Bane. Usava uma máscara, que dizia ser para aliviar a dor, mas eu acho mesmo que ele queria era ficar com a respiração do Darth Vader. E mesmo com toda a sua perversidade, senti falta de um vilão mais marcante, daqueles que a gente dorme com a luz acesa para não ter pesadelo. A idéia era trazer de volta o tormento da Liga das Sombras do primeiro filme. Bane fazia parte da Liga, porém foi expulso. Foi criado em uma prisão subterrânea, que tinha como acesso para a superfície o poço de "O Chamado", na qual prendeu Batman. Para escapar, era preciso escalar uma parte e realizar um salto; salto este que ou era bem-sucedido e o Batman fugitivo escaparia, ou ele erraria e caíria. Era libertar-se ou morrer. Algo como Jogos Mortais no poço da Samara... Ok, bobagens a parte, Bruce ficou tanto tempo preso, que, por alguns instantes, esqueci a que filme estava assistindo.
E o fantástico Batmóvel? Foi susbstituído por uma aerobat espacial. Sem piloto automático...E nunca pensei que fosse dizer isso, mas a personagem que salvou o filme foi Robin, quando era apenas um policial. Vivido pelo bonitinho Joseph Gordon-Levitt, de "A Origem", não teve sua aparição muito anunciada nos trailers, porém cumpriu sua missão de forma brilhante, já que não é nada fácil transformar um papel de pouco destaque em algo, não digo inesquecível, mas ao menos para se lembrar. Ainda mais o do Robin, que como o próprio Christian Bale anunciou "Não farei uma seqüência de Batman se tiver de contracenar com o Robin". Preconceito, hein, Batman? Mesmo assim, Gordon-Levitt fez um modesto, contudo ótimo trabalho. Será ele um futuro Batman, em uma futura e nova série? É de se cogitar a hipótese.
E no final, Bane não passava de um testa de ferro. De quem? Da Miranda! Sim, a meiga Miranda era a verdadeira filha das sombras, que pretendia terminar a obra de seu pai. Miranda...essa menina era a Rita!, com sede de vingança. Será que as pessoas nunca vão aprender que a vingança não é plena, mata a alma e envenena? Um fim que para muitos foi surpreendente, eu achei um pouco com cara de novela mexicana. Ah sim, e tinha uma bomba. Bomba esta que explodiria em menos de 2 minutos e ainda tem uma cena de beijo no meio...oi? Gotham City irá pelos ares em alguns segundos, oba!, Carpe Diem... E, se eu não me engano, a Rachel morreu com uma explosão de uma bomba normal, não? E Batman sobreviveu a uma bomba de fusão nuclear...oooi?? Está certo, é ficção, mas agora forçou a amizade. De qualquer forma, ele sobreviveu e pareceu ter mesmo se "ajeitado" com a Selina. Sim, porque "Era só beijar que ele já considera o amor da vida", como disse a querida Gabi Petitot, "batdecepção". 
Não sei dizer se não gostei do filme porque de fato era ruim, ou porque o segundo tornou-se tão fenomenal que enterrou qualquer possibilidade de fazer algo melhor. Acredito que Michelle Pfeiffer é a melhor Mulher Gato, e que o Coringa ainda é o pior dos vilões. Uma pena. Poderia ter sido algo realmente incrível. O Caveleiro das Trevas Ressurge; e volta para a escuridão.

P.S. Para quem quiser relembrar o post feito para Batman, O cavaleiro das Trevas.

2 comentários:

Gabriela disse...

Hahaha adoreeei Vane!
Muito boa a resenha, tu escreve tri bem!
Beeijos

Vanessa Olszewski disse...

Obrigada, Gabi!! Mas teu comentário deu o toque final hehe
Beijos!