sexta-feira, 29 de abril de 2011

R-r-ro-oyal M-mo-ovie.

Realmente, me impressiona a quantidade de folhas de jornais e os canais de televisão falando sobre o casamento da família real. O que eu acho? Estou cagando para o assunto. E o que mais me irrita é o fato de eu estar cagando para isso e ainda estar ciente de todos os "acontecimentos" reais, já que praticamente é só o que transmitem na TV e comentam na rua. E parece que o mundo pára, que as notícias não acontecem mais, que não tem mais fome no mundo, que o Egito vive em paz, que os tutsis andam de mãos dadas com os hutus, que a gasolina não vai subir... Eu tento fugir, mas nem no twitter eu tenho paz. E já fizeram um filme com a história do romance (!), e parece que bem meia-boca, pois foi duramente criticado. Bem, como o filme ainda não foi lançado, e, mesmo quando for, eu não irei ver, não terei certeza quanto a qualidade. Mas, considerando a minha má vontade, desta vez concordarei com a crítica sem ver o romance. Então, vamos falar sobre o que já foi lançado e visto: "O Discurso do Rei". Tudo para ser um filme odiável, mas, incrivelmente, não o é. Um dos casos em que o elenco, definitivamente, salva o jogo.
Nunca entendi porque uma família é real e a outra não. Gostaria de ver o DNA de um deles para saber se é azul, ou coisa do tipo. Acho que ter uma família real fazia algum sentido até o séc. XVII, mas hoje, acho que é pensar pequeno, que é insistir em manter vivo algo que poderia estar melhor se estivesse morto (como o programa da Xuxa, sabe?). O Discurso do Rei tenta encobrir um pouco essa realidade e faz com que a gente sinta um pouquinho de solidariedade com o rei. George, pai da atual rainha, era gago. Mas poxa, o cara reinava, não governava e vivia (muito bem) do dinheiro público. Assim, até eu topava ser gaga! Então, vem a história triste: a cada tentativa de discurso, ele se engasgava todo, e sofria chacotas de todos, até do irmão. Uma espécie de royal bullying. O problema é que fora essa pequena rejeição familiar do rei, a história, apesar de verídica, não traz um drama envolvente. Os personagens em si não são muito atraentes, exceto pelo terapeuta, Lionel Logue, que trata de George. Lionel, vivido por Geoffrey Rush, um dos meu atores prediletos, trata George não como um rei, mas como alguém normal, não dizendo que um rei seja anormal. Aliás, ele o chama pelo apelido, Berty, induzindo o público a vê-lo também como um amigo e não como um ser supostamente superior. O método, na época, era pouco convencional, causando uma certa resistência ao paciente. Porém havia sido o único a apresentar resultados, o que transformou Berty e Lionel em amigos de fato. Entre uma sessão e outra, são apresentados, além das técnicas de cura para a gagueira, um pouco dos relatos sobre a vida do rei. Ele sempre teve problemas com o irmão. Desde a infância. Quando ele era apenas um principezinho, a royal nanny, por gostar mais do irmão, deixava Berty sem comida. Quase chorei. Juro. E são pequenos relatos assim que vão nos amolecendo, nos aproximando do rei, que agora já se parece mais conosco.
Contudo, o ponto de destaque do filme é o elenco. Escolhido a dedo! De verdade, de verdadinha, quem tem carisma não é o rei, e sim o Colin Firth, que está impressionante!Nunca duvidei das qualidades do Colin como ator, mas como o rei gago, ele consegue se superar e conquistar a simpatia de todos. Quem está muito bem, também, é a senhora Tim Burton, Helena Bonham Carter, como a rainha, não a Vermelha, mas a Elizabeth. Geoffrey Rush, como já mencionado, está ótimo tanto quanto ator, como personagem. Vale também dar um destaque especial a Timothy Spall, que mesmo aparecendo pouco, rouba as cenas ao representar Winston Churchill, com língua presa e tudo. E, em harmonia com o elenco magistral, a direção e o cenário perfeito em cada detalhe também encantam e complementam o visual.
Agora, uma pequena reflexão fajuta: mesmo, aparentemente, tento tudo, Berty não era completamente feliz e satisfeito; e, mesmo sendo rei, não tinha autoestima. Por isso, para quem perde o tempo, mas não perde os detalhes do royal wedding, saiba que a humanidade toda tem problemas. Se não for dinheiro, vai ser afetivo, se não for afetivo, vai ser outra coisa qualquer. Não adianta ter inveja do anel ou do vestido da noiva real, porque ela deve ser feliz tanto quanto a gente. Ter tudo pode não ser tudo. Pensemos nisso.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá vanesse..

confesso que, da minha parte, havia e ainda há interesse nesse casamento..
mais precisamente na atual princesa..ou melhor..na família da moçoila em questão..
não vi (se bem que não me abalei a procurar) uma foto sequer dos seus parentes..
curioso não?.

nas fotos só aparecia a nobresa inglesa (cacofonia digamos que..forçada) e nada de seus amigos dos tempos de plebéia..
palavra de me reflete a sujeira sabe..talvez devido aos plebeus do chapolin colorado..quem sabe?.

um breve comment sobre o DNA azul..
sabia que os filhos do sir david beckham (sim..ele tem esse título), que , convenhamos, não é qualquer um, foram rejeitados de uma tradicional
escola inglesa?.
o argumento: o patrimônio multimilionário do jogador não veio de berço.
moral da história..se tu é uma pessoa que venceu na vida pelo próprio suor esqueça..seus filhor não aprenderão coisa alguma naquela escola..
coisas da terra da rainha..fazer o que?.

bem..o filme

sensacional o discurso do rei..
gostei muito do fonoaudiólogo (e pirata nas horas vagas)
(vanesse..não me prendo muito a nomes viu)
e o nosso querido gago é tão humano quanto nós!.a família real tem problemas de uma família real..que coisa não?.

mas confesso que o destaque para mim foi o contexto histórico..
ver a atual elizabeth ainda crinça foi algo que ainda consta na minha memória..

por fim..

ter tudo é não ter nada (não me pergunte de onde tirei isso)..
de alguma forma nós humanos somos insatisfeitos..


um beeijo..

chless

ps. tu deve registrar o termo royal bullying..por aqui pode não pegar mas quem sabe na terra da rainha?.

beeijo x2